domingo, 30 de março de 2008

O Fim

Essa semana teve fim dois programas que acompanhava na TV. O Big Brother Brasil 8 e a minissérie Queridos Amigos (sendo que o primeiro acompanhei mais por causa do segundo). E foram duas decepções, o BBB por causa dessa mania de sempre darem os prêmios a gente chata, e com isso tivemos na final uma candidata grossa como a Gyselle e o insuportável Rafinha (que ficou com o prêmio), claro que poderia ser pior se a Tathiana ganhasse, pois ninguém merece uma garota que só sabe gritar, eu torcia pela Natália ou pelo Marcos. Mas graças a Deus o programa acabou e agora teremos esse povo desaparecendo um por um da mídia como sempre ocorre, sempre ficarão uns resquícios, mas nada que possa incomodar (ou alguém se importa com Alemão aparecendo esporadicamente no Programa da Xuxa e no Esporte Espetacular?).

Agora falemos do principal, Queridos Amigos, dia após dia acompanhei a minissérie, esperando BBB´s e jogos de futebol, achando sempre tudo muito mediano, e aguardando que fosse melhorar. Mas nada. Desde o primeiro dia eu achei que o texto era fraco, com citações bobas, clichês aos borbotões, estereótipos e ainda tinha uma edição que não ajudava muito. Os bons atores como Débora Bloch, Denise Fraga, Drica Moraes, Luiz Carlos Vasconcelos entre outros é que conseguiam dar uma pouco de dignidade a série, mesmo que de brinde tivéssemos chatos como o Dan Stulbach e inexpressivos como o garoto que interpretava David, o filho do Stulbach, no geral o elenco era muito bom, se tivessem escalado um elenco médio da Globo com certeza essa obra poderia ser colocado entre as piores que a emissora já produziu, apesar das boas intenções. Mesmo o livro em que se baseia sendo anterior o tempo todo via ecos do excelente filme canadense "Invasões Bárbaras", e na comparação essa série perde feio. A Globo tem que entender que não é só um cuidado primoroso com a escalação do elenco, cenários e vestuário que salvam uma série, sem um roteiro decente e uma direção segura tudo isso vai pelo ralo. Só fortaleceu minha disposição a não acompanhar minisséries que tomei desde a patética "Um só coração".

Pra completar minha semana, hoje eu assisti "Desbravadores", sobre um garoto viking que é abandonado no novo mundo e acaba sendo criado pelos indígenas, vários anos depois ele tem que lutar contra novos invasores vikings para defender o povo que o criou. Tinha tudo para ser interessante, mas na mão do diretor do remake de "Massacre da Serra Elétrica" só tivemos um filme de aventura, sem história nenhuma, arrastado e que mostra os vikings como assassinos sem motivação que saem destruindo tudo que se move apenas pelo prazer de ver o sangue rolando. Não fossem as cenas de massacre que tenho que reconhecer que são muito violentas e não tem dó de crianças ou animais e eu poderia dizer que esse é o filme mais descartável de todos os tempos, com os devidos cortes fará sucesso na Sessão da Tarde daqui a alguns anos.

Conclusão, tivesse ficado na internet ou saído com amigos eu teria ganho mais que na frente da TV.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Xaveco e a sina dos coadjuvantes

Para quem lê as histórias da turma da Mônica deve saber de quem falo, todos já o viram nas historinhas, alguns o confundem às vezes com Humberto (outro coadjuvante que tem como referencia ser mudo), poucos se lembram de seu nome, nas histórias do Mauricio de Souza ele sempre está rodeando os personagens tentando ter seu momento de glória, mas como é apenas um desenho e nenhum roteirista se interessa por seu personagem esse dia nunca chega. Também por muito tempo ele foi um coadjuvante sem muita função, enquanto que outros personagens se propunham a dar uma panorâmica dos tipos de crianças que podemos encontrar na rua, Jeremias é o negro, Humberto, o mudo, Zé Luis, o adolescente. Já o Xaveco não tinha nada de especial, apenas aparecia para fazer número, ser mais um dos garotos que xingam a Mônica e leva coelhadas.

Seu personagem nem costuma ter coerência, enquanto que numa história sobre times de futebol ele diz ser Vasco em outra história ele rouba tinta verde da Mônica para desenhar o emblema do Palmeiras, oras o Cascão sempre é Corinthians e isso não se discute mesmo com o time rebaixado, se o Mauricio largasse de mão personagens caça níqueis como Ronaldinho Gaúcho (antes era o Pelezinho) ele poderia se atentar mais para não ocorrer esse tipo de furo.

Ah, sim. Outro dia li uma história onde se descobre que ele tem os pais divorciados, passa um fim de semana com cada um, sem traumas e tem uma irmã mais velha (que poderia ser da turma da Tina), mesmo assim foi em uma história do Dudu (meu personagem favorito da turma). Até os outros personagens fazem troça, o Cebolinha tem um sonho em que vira astronauta e um repórter vem entrevista-lo, esse repórter é o Xaveco e então o Cebolinha comenta, "Quem diria que um personagem coadjuvante um dia seria repórter". Será que um dia esses personagens que não fazem parte do quarteto (Mônica, Cascão, Cebolinha e Magali) terão seus dias de glória? Será que terão que fazer greve de fome como a Magali fez na época em que ainda não tinha uma revista? Só o tempo dirá.

terça-feira, 4 de março de 2008

Música Caipira

Como todo bom goiano eu deveria ser um admirador de música sertaneja, mas não sou, porém antes de me sentir um verdadeiro paria, um antipatriota ou qualquer coisa desse gênero eu tenho que dizer que respeito esse estilo de música principalmente a que chamamos música de raiz, e já passei da fase de chamar músicas de Zezé di Camargo & Luciano (eles são bregas e não mudo minha opinião mesmo que Bob Dylan ou Chico Buarque resolva gravá-los), Leonardo, Rick & Renner e cia. de música de corno, por mais que sejam chatas, grudentas e repetitivas.

Quanto a músicas caipiras eu talvez não chegue ao ponto de comprar um CD desse subgênero, mas de tanto meu pai ouvir comecei a ter simpatias por canções de alguns de seus interpretes preferidos, gente como Tonico & Tinoco, Liu & Leo, Cascatinha & Inhana, Sergio Reis... São músicas com histórias tristes, melancólicas, nostálgicas e que às vezes dão um nó na garganta. Falam da terra, de amores impossíveis, mortes, religiosidade, de assombrações, de um tempo que já passou. Algumas podem parecer piegas, mas eram colocados os sentimentos do homem simples do interior naquelas letras, é como diz a letra de "Tristeza do Jeca”... "Nessa viola eu canto e gemo de verdade, cada toada representa uma saudade"...Para quem está querendo entrar nesse universo fiz uma seleção das músicas mais caracteristicas:
1- India- Cascatinha & Inhana
Declaração de amor a uma índia
2- Sementinha- Liu & Leo
A triste história de um cara que perdeu a amada pouco antes do casamento e plantou uma roseira em seu tumulo

3- Menina da Aldeia- Lourenço & Lourival

Conta a história de uns marmanjos que tiravam sarro quando criança de uma garotinha feia e depois descobrem que ela se tornou uma moça muito linda

4- Menino da Porteira - Sergio Reis

Um boiadeiro viajante se encanta com um garoto que sempre lhe abria a porteira e pedia que tocasse o berrante, um dia ele retorna e o garoto não está mais lá, uma tragédia aconteceu.

5- Tristeza do Jeca - Tonico & Tinoco e muitos outros
Clássico que dispensa apresentações.

6- Ipê e o Prisioneiro - Tião Carreiro e Pardinho
Um cara que vai pra prisão por um crime de honra e acompanha o crescimento de um ipê cobrindo a visão de sua janela

7- Tudo de Renato Teixeira na voz de qualquer pessoa

8 - Cuitelinho - Pena Branca e Xavantinho
Outro clássico

9- Relógio Quebrado - Lourenço e Lourival
Um irmão bastante religioso promete provar ao irmão incrédulo a existência de mais mistérios entre o céu e a terra que imagina nossa vã filosofia (não com essas palavras, mas é esse o sentido).

10 - Qualquer gravação de Luar do Sertão e Rancho Fundo.


Essa não é uma coletânea definitiva sobre o assunto, mas foram as músicas que foram vindo a minha cabeça enquanto eu escrevia, têm muitas outras que deveriam estar aí... Mas não quero enfadar ninguém. Espero que se divirtam com essas.