tag:blogger.com,1999:blog-35444902256755640492024-02-20T08:47:03.386-08:00Tregos e GoianosSó pra ter onde escrever quando tiver vontade.Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-69932542838603663812013-12-17T17:20:00.000-08:002015-02-13T16:17:40.714-08:00Romário e a identidade de gênero.<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 12pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-hansi-font-family: Calibri;">O Deputado Federal Romário demonstrou que sua visão
sobre identidade de gênero é bastante retrógrada, ao ser flagrado de mãos dadas
com uma transexual, o ex- jogador escreveu em uma rede social que “gosta é de
mulher”, prestando um desserviço à causa LGBT. Mesmo se dizendo amigo e
camarada da pessoa em questão, Romário se mostrou extremamente preconceituoso
com a garota e ainda fez piada dizendo que “certeza, casamento não
sairá", esse tipo de comentário partindo de um “representante do povo” é totalmente inapropriado.
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 12pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-hansi-font-family: Calibri;">O Brasil é um dos países em que a classe LGBT sofre mais perseguições, com vários direitos negados pode se dizer que seus componentes são tratados praticamente como
cidadãos de segunda classe.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Leis que
visam amparar, proteger e conceder direitos a esse grupo de pessoas têm votação
adiada ou são engavetadas no congresso o tempo todo, inclusive com a Presidenta
Dilma Rousseff vetando um kit produzido pelo Ministério da educação e que se
destinava a combater a homofobia nas escolas e utilizando a justificativa de que seu
governo não fazia propaganda de opção sexual (SIC) , declaração que foi um golpe para o
movimento, principalmente pelo termo utilizado que relega a orientação sexual a uma simples escolha do indivíduo. Parlamentares como Jean Willys e Erika Kokay que defendem a causa LGBT são ofuscados pelo fortalecimento da famigerada bancada evangélica que
dizendo defender os valores da família atacam deliberadamente qualquer projeto
que beneficie de alguma forma os homossexuais e chantageiam o executivo e o
legislativo, ameaçando retirar apoio político caso esses projetam
sejam aprovados. Tudo isso ainda foi agravado com a eleição para a presidência
da Comissão de Direitos Humanos de um pastor evangélico com histórico de
perseguições homofóbicas.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 12pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-hansi-font-family: Calibri;">O pior nessa declaração de Romário é o fato de que
entre os indivíduos que compõem o segmento de formação da sigla LGBT, os que se
encaixam na letra T, ou seja, transgêneros, pessoas que não se identificam com
seu sexo biológico, como a suposta amiga do deputado, são os de maior
fragilidade social. Não consegui localizar dados brasileiros, mas pesquisa
americana de 2010 indicou que 41% dos transgêneros naquele país já haviam
tentado suicídio , a não aceitação de si próprio é resultado entre outros fatores dessa visão estereotipada que a sociedade tem dessas pessoas, o escárnio e a humilhação que lhe são imputadas a todo o momento. O Brasil não deve se encontrar muito longe desse quadro, isso se não
estiver em situação pior, a perseguição começa na família e igreja, se estende
a escola e se prolonga na vida adulta, são pessoas que acabam tendo muito mais dificuldade para conquistar seu espaço. Enfrentam burocracia para mudança de nome e de
gênero nos documentos, agressões físicas e psicológicas e dificuldade para conseguir empregos, levando muitos a enveredar pelo
caminho da prostituição, aumentando ainda mais a estigmatização. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 12pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-hansi-font-family: Calibri;">Sendo, como declarou, amigo dela, Romário deveria
ter sido mais cuidadoso com a forma de se referir, ele não é obrigado a se
envolver com ninguém, mas é necessário que ele entenda que não é o sexo
biológico que determina a forma como uma pessoa deve ser reconhecida, mas seu
o gênero com aquela pessoa se identifica. Assim, uma pessoa que biologicamente nasceu homem, mas se
identifica com o gênero feminino deve ser reconhecido como do sexo oposto ao de
nascimento, se assim achar melhor. É bom lembrar que isso não tem relação com a
orientação sexual da pessoa. Ao dizer que gosta é de mulher, ele não está só
negando um relacionamento com uma pessoa, o que não seria censurável sob o
ponto de vista da livre escolha, mas também está lhe negando o reconhecimento
de gênero, reconhecimento que é caro para essa parcela da sociedade.</span></span></div>
<br />Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-33625896857234822832013-03-20T18:04:00.001-07:002013-03-20T18:04:51.608-07:00Alfred Hitchcock é Apresentado
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Mesmo caindo na banalização, não é
falso dizer que mais que o nome de um diretor, Alfred Hitchcock é uma marca. Além
disso, ele pode muito bem ser apontado como o mais importante diretor de cinema
de todos os tempos. Ícone do suspense é talvez o único diretor reconhecido por cinéfilos e não cinéfilos sem
ter trabalhado também como ator (como Chaplin, por exemplo).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mesmo quem não gosta de cinema conhece ao
menos a clássica cena do chuveiro de "Psicose", possivelmente a mais parodiada,
homenageada, copiada e imitada na história do cinema. Até ai nenhuma novidade,
mas dois filmes recentes resolveram dissecar um pouco mais de sua figura. Mostrar
Hitchcock a partir de suas obras e seu relacionamento com os atores. Um filme
para o cinema e outro para a TV procuram mostrar um pouco do método de trabalho
do diretor. Ambientados em tempos próximos, ambos tem pontos de vista
extremamente diferentes que vão da idealização à denuncia de assédio. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">The girl foi primeiro. Filme
feito para TV numa coprodução entre a inglesa BBC e a americana HBO tem uma
visão bastante negativa do diretor e mostra seu relacionamento conturbado com ‘Tippi’
Hedren, atriz que trabalhou com o diretor em “Os Pássaros” e “Marnie –
Confissões de uma Ladra”. O filme foca no período de produção desses dois
filmes (lançados em 1963 e 1964, respectivamente). Já o outro filme intitulado
”Hitchcock”, mostra o momento imediatamente posterior ao sucesso do filme
“Intriga Internacional”, quando o diretor se decide por produzir “Psicose” (lançado em 1960). Baseado no livro “Alfred Hitchcock e os
bastidores de Psicose” do escritor e roteirista Stephen Rebello, fã do diretor e
o último a entrevista-lo antes de sua morte em 1980, esse último filme pega mais leve com Hitch (como
muita gente gostava de chamá-lo) e se concentra em mostrá-lo como bonachão,
divertido e um idealizador visionário (um dos poucos pontos de intersecção com
"The Girl").<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">"The Girl", assim como "Hitchcock", não
pode ser considerado totalmente isento já que contou com a colaboração de Tippi
Hedren em sua produção. A atriz foi descoberta pelo diretor em um comercial e
alçada à condição de estrela pelo exigente diretor, que gostava de poder moldar
suas estrelas femininas. Apesar de suas limitações Tippi era agradecida ao
diretor pela oportunidade já que Hitch era o maior diretor da época e ela
apenas uma modelo iniciando no mundo da interpretação. Isso deu a oportunidade
para que Hitch utilizasse de seu sadismo em busca de captar emoções mais fortes
dela em cena. Na produção de Os Pássaros ele chega a usar pássaros de verdade
atacando a atriz em uma cena para dar mais realismo. O problema é que a atriz
não foi avisada com antecedência e acabou se machucando, fazendo com que ela
pensasse seriamente em abandonar as filmagens, coisa que possivelmente só não
ocorreu pelo fato dela ter que honrar o contrato de sete anos assinado com o
diretor, isso a obrigou também a estrelar o filme seguinte do diretor, “Marnie
– Confissões de uma Ladra”. O ataque dos pássaros, porém serviu para que ela
começasse a ver o diretor de outra forma e passasse a enfrenta-lo. É interessante
notar que o filme “Hitchcock” mesmo com um clima mais “chapa branca” também
mostra um lado mais autoritário do diretor. A porta voz disso é Vera Miles,
atriz que antes havia trabalhado com o diretor em “O
Homem Errado”. Ela iria ser a atriz principal de “Um corpo que Cai”, mas
engravidou, o que aparentemente deixou irritado o diretor, que a colocou em
"Psicose" para valer seu contrato ainda vigente. No filme Jessica Biel interpreta
o papel de Vera, ela conta sua experiência anterior com o diretor para Janet
Leigh, atriz da clássica cena do chuveiro, vivida aqui por Scarlet Johansson.
Vera conta sobre sua mania de querer controlar as atrizes, querer decidir o que
fazem e até a cor do cabelo que devem usar.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Nem um pouco animada em trabalhar com o diretor novamente ela talvez
represente Tippi Hedren durante as gravações de Marnie, enquanto Janet Leigh,
toda deslumbrada e agradecida seria como Tippi durante o início das filmagens
de "Os Pássaros". Porém em “Hitchcock” Jéssica Biel só faz uma ponta e Johanssonn
é praticamente uma das protagonistas, dessa forma a tentativa de isenção do
filme só vai até certo ponto.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">As únicas pessoas que são
retratadas nos dois filmes além de Hitchcock (Tippi Hedren não é retratada em
“Hitchcock” e os atores de “Psicose” não são retratados em “The Girl”) são
Alma, a esposa do diretor e Peggy Robertson, fiel assistente de Hitch. É interessante
notar as diferenças de caracterização entre as duas obras, Hitchcock é mostrado
como uma figura carismática em “Hitchcock” e como autoritário, assediador e
chato em “The Girl”. Anthony Hopkins de “Hitchcock” e Toby Jones de “The Girl”
fizeram um trabalho de caracterização bastante eficiente, mudando suas
fisionomias e seus tons de voz para se transformarem no diretor. Mas enquanto o
Hitchcock de Hopkins é de certa forma sempre simpático, fala com uma ironia
charmosa e mantém sempre um sorriso discreto no rosto, o de Jones é sombrio,
carrancudo, algumas vezes assustador. É importante frisar que no filme para o
cinema Hitchcock parece ser amado por todos, sempre contando seus causos e
sendo motivo de admiração. Em The Girl ele também conta suas histórias, mas é
ridicularizado pelos demais que o acham repetitivo e, algumas vezes, vulgar. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Alma Hitchcock, esposa do
diretor, é mostrada com simpatia em ambos os filmes. Interpretado por duas
importantes atrizes inglesas, Imelda Staunton, atriz indicada ao Oscar por “O
Segredo de Vera Drake” e mais conhecida por fazer uma das vilãs na série Harry
Potter, vive Alma em “The Girl”. Vencedora do Oscar por “A Rainha” (2006) e
indicada outras três vezes, Helen Mirren é quem <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>interpreta Alma em “Hitchcock”. Ambas
premiadas atrizes inglesas, e também muito conhecidas no teatro (já
fizeram parte do prestigiada “Royal Shakespeare Company”). Imelda é 11 anos
mais jovem que Helen mas isso não faz muita diferença nos filmes. Aliás Imelda às
vezes parece mais envelhecida que Helen. De qualquer forma a diferença de tempo
em que se passa cada filme é de um ou dois anos no máximo. Ambos mostram Alma
como uma pessoa boa, envolvida com o trabalho do marido (em “Hitchcock” ela é
mostrada como verdadeira coprodutora, inclusive revisando o roteiro e não
deixando o diretor perder o controle do filme pra Paramount quando ele cai
doente). A Alma de Helen é forte, decidida e muito prática, a de Imelda é mais
caseira, dá suas opiniões, mas sempre num âmbito mais doméstico. A primeira vê
as paixões platônicas do marido pelas estrelas dos seus filmes apenas como uma
bobagem sem importância, a segunda se irrita e chega a pedir desculpas a Tippi
pela forma como o marido a trata e depois de pegá-lo ligando para a atriz até sai
de casa por um tempo. Até nos cenário da casa existe uma diferença
significativa, enquanto em “Hitchcock” Alma e Alfred vivem em um casarão
luxuoso, em “the Girl” vivem em uma casa confortável, mas com um estilo mais
classe média. Por ser uma obra televisiva, “The Girl” obviamente tem menos
recursos, porém o cenário talvez queira refletir um pouco do perfil da esposa
do diretor apresentado por cada uma das produções.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Peggy Robertson, a fiel
assistente de Hitchcock é interpretada por atrizes bem diferentes , em
Hitchcock pela ótima Toni Collete(Sexto Sentido) e em “The
Girl” por Penelope Wilton, atriz inglesa também eficiente. Só é estranho que,
em Hitchcock ela seja uma mulher de meia idade e no outro seja retratada como
uma senhora com seus 60 anos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não sei até que ponto os produtores de “The
Girl” tiveram o cuidado de descaracterizar seus personagens para evitar processos ou cobranças de direito de imagem, mas o fato é que,
como citado anteriormente, além de Tippi Hedren nenhum outro ator que trabalhou
em “Os Pássaros” ou em “Marnie” é personagem do filme. As reconstituições são
legais, mas às vezes parece que ela sozinha fazia os filmes. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um exemplo é uma reconstituição de uma cena de
Marnie em que Tippi contracena com Sean Connery. Chega a ser mostrado alguém
representando o ator mas só de costas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já em Hitchcock é um desfile. Scarlett
Johanson como Janet Leigh refaz a famosa cena do chuveiro. Jéssica Alba
interpreta Vera Miles que já havia trabalhado antes com o diretor e serve como
um contraponto ao deslumbramento da primeira e o mais incrível é James
D´arcy que praticamente se transforma em Anthony Perkins, a semelhança é enorme.
O eterno Karatê Kid Ralph Macchio faz uma ponta como Joseph Stefano, roteirista
de Psicose. Tem ainda Whitfield Cook que foi roteirista de alguns filmes de
Hitchcock e aqui é retratado como interesse romântica de Alma. Por outro lado,
o canastrão John Gavin, o galã de Psicose é relegado a segundo plano e com
direito a um comentário nada lisonjeiro do diretor (até mesmo o cenário é mais
expressivo que ele). Hitchcock nunca escondeu sua insatisfação com o ator e
quem já viu o filme sabe que nesse caso não é só implicância. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Ambos os filmes são maniqueístas
a seu modo, em “Hitchcock” o diretor é o mocinho, o herói empreendedor que às
vezes tem algumas atitudes discutíveis, mas tudo em nome da arte. Em “The Girl”
Hitchcock é o grande vilão. O sujeito manipulador e explorador que não se furta
a transformar a vida da garota do título em um inferno. Se no início ele é
apresentado apenas como um excêntrico, aos poucos suas diversas camadas de
maldade vão sendo mostradas. Desde a tortura no set até a perseguição obsessiva nos bastidores e na casa de Tippi. Mas
ambos os filmes possuem também qualidades. A maquiagem de Hitchcock em ambos é
muito boa. A do filme “Hitchcock” chegou a ser indicada para o Oscar esse ano.
“The Girl” é um filme para a TV e dessa forma acaba tendo suas limitações, mas,
soube trabalhar bem o choque entre o diretor famoso e tirânico (segundo a visão
do filme) com a garota sem experiência. Hitchcock tem algumas ideias
interessantes, mas, em alguns momentos, parece reverenciar demais o diretor e
se perde em alguns artifícios. Mas dá o devido destaque a Alma, ela é a
verdadeira estrela do filme, Helen Mirren rouba a cena e consegue dar a
dimensão da verdadeira importância que a Sra Hitchcock tinha na vida do
diretor. Algo que “The Girl" não consegue muito bem já que Alma é
retratada apenas como uma dona de casa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><strong>Observação 1</strong> - Em “Fascinado pela
Beleza – Alfred Hitchcock e suas atrizes”, que de certa forma parece ter
servido como fonte para algumas partes de “The Girl", Donald Spoto, biógrafo de Hitchcock
conta muito sobre o sofrimento impingido a Tippi Hedren e algumas outras
atrizes. Uma obsessão realmente, corroborando muito do que é mostrado no filme.
Hitchcock a impedia a inclusive de ter contato com os demais atores, fato
confirmado por vários colegas de elenco. Diane Baker, que também trabalhou em “Marnie”
e igualmente sofreu assédio confidenciou: ““... a pior coisa era chegar naquele
estúdio e vê-la sofrendo daquele jeito...” “... A coisa toda foi uma tortura
para mim e, claro, ainda pior para Tippi...”. Então não dá para descartar o que
está em “The Girl” como exageros. Mas também apesar da envernização não podemos
dizer que “Hitchcock” seja uma mentira. Talvez apenas dois lados de um sujeito
cheio de contradições<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><strong>Observação 2:</strong> Sempre pensei que o
nome da atriz Melanie Griffith, fosse devido ao nome da
personagem de Tippi Hedren (que é sua mãe) em “Os Pássaros”, também Melanie. Mas foi apenas coincidência,
ela já tinha nascido quando a mãe filmou com Hitchcock e inclusive é retratada em "The Girl". Vivendo e aprendendo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span> </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"> </span></div>
Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-76111570513123762822012-03-04T17:14:00.008-08:002012-03-04T18:13:30.157-08:00Psych homenageia Twin Peaks<div align="justify">Em primeiro de dexembro de 2010, a Série Psych apresentou o episódio Dual Spires em homenagem a série Twin Peaks de 1989. Como fã de Twin Peaks assisti o episódio para verificar se realmente era uma homenagem ou um desses presentes de grego. </div><div align="justify"><br />O episódio é interessante, a série Psych, que eu não tinha visto antes, trabalha com o que os fãs de série chama de “crime da semana”, ou seja, não segue uma história em capítulos, mas uma aventura em cada episódio, como é comum em séries como Law & Order, Cold Case e CSI, dessa forma conseguiu encaixar uma história que lembrasse a de Twin Peaks(essa sim tinha história em capítulos) em 50 minutos.Tudo é bem feito e não desrespeita a série que marcou época e que já é um clássico. A seguir listo todas as citações e referências que consegui perceber:</div><div align="justify"><br />Primeiro um pequeno resumo das duas séries:</div><div align="justify"><br />Twin Peaks – Conta a história de uma aparentemente pacata cidade que tem sua rotina modificada quando Laura Palmer, uma jovem muito bem vista na cidade, é encontrada morta. O Agente Dale Cooper chega a cidade para investigar o crime e descobre que por trás das aparências Twin Peaks tem muito a revelar. Série de sucesso em 1989, teve duas temporadas.</div><div align="justify"><br />Psych é uma série de televisão americana criada por Steve Franks e transmitida originalmente pelo canal USA Network. A série é estrelada por James Roday como Shawn Spencer, um jovem que trabalha como vidente do Departamento de Polícia de Santa Bárbara. O programa também é estrelado por Dulé Hill como o melhor amigo de Shawn e relutante parceiro Burton "Gus" Guster e Corbin Bernsen como o implicante pai de Shawn, Henry Spencer. (informação da Wikipédia). A série já está em sua sexta temporada.</div><div align="justify"><br />No episódio em questão “Dual Spires”, os detetives da série, Shawn e Gus, recebem um e-mail citando o festival da canela da cidade de Dual Spires, os dois acham intrigante, já que adoram torta de canela e nunca ouviram falar da cidade, resolvem então visitá-la, na entrada da cidade se assustam ao ver na placa de “Bem Vindo a Dual Spires” como a cidade é pequena(288 habitantes). Ao chegar vão direto a lanchonete para poder experimentar as tortas de canela. Depois acabam sabendo que a sobrinha dos donos da lanchonete, Paula Merral, está desaparecida tem alguns dias e se oferecem para investigar em troca de tortas. </div><div align="justify"><br />*Os detetives da série recebem o e-mail de um remetente com o nome de “eu@sobasunhas.com”. Em Twin Peaks foi encontrado um papel com uma letra cravado dentro da unha de Laura Palmer.</div><div align="justify"><br />*O nome da cidade é Dual Spires (Torres duplas). Referência a Twin Peaks ( Picos Gêmeos), nome da cidade e da série homenageada.</div><div align="justify"><br />* As Placas de boas vindas das cidade são bem parecidas, possuem o desenho de duas montanhas e a frase “Welcome to Dual Spires" e "Welcome to Twin Peaks" aperecem respectivamente nelas.</div><div align="justify"><br />*Os habitantes de Dual Spires são estranhos como em Twin Peaks. Gus observa que é o único negro na cidade. Como esse fato não se mostra relevante no restante do episodio talvez seja uma referência ao fato de Twin Peaks não ter nenhum personagem negro.</div><div align="justify"><br />*Na lanchonete " A Serraria", o dono da lanchonete é vivido pelo ator Dana Ashbrook que em Twin Peaks era Bobby, namorado de Laura Palmer, aqui ele também se chama Bob. Em Twin Peaks, Bobby/Bob era tanto o nome do namorado quanto do homem que abusava de Laura Palmer em suas alucinaçoes.</div><div align="justify"><br />*o nome da lanchonete é e referência a uma Serraria que tinha em Twin Peaks, pertencente aos Packard e onde o corpo de Laura foi encontrado. E a decoração da lanchonete lembra a decoração da lanchonete que era frequentada pela maioria das personagens de Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />* A lanchonete “A Serraria”é especializada em torta de canela. Em Twin Peaks o Agente Dale Cooper amava a torta de maçã da lanchonete de Norma.</div><div align="justify"><br />*A mulher do dono da lanchonete também fazia uma personagem na segunda temporada de Twin Peaks, era Lana uma garota que seduzia velhinhos. Essa só me lembrei por causa do IMDB ja que a personagem era menor na série.</div><div align="justify"><br />*Quando estão na lanchonete aparece o Xerife Andrew Jackson(Lenny Von Dohle), em Twin Peaks o mesmo ator vivia o misterioso Harold Smith, que descobrem ter sido confidente de Laura e guardião de seu diário secreto.</div><div align="justify"><br />*A cidade de Dual Spires não tem sinal de celular e não tem internet. Na época de Twin Peaks essas tecnologias eram praticamente inexistentes.</div><div align="justify"><br />* Os organizadores do festival mostram uma coruja feita de canela. Coruja é um animal recorrente em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*O nome da coruja é Leo, nome do violento namorado de Shelly(Madchen Amick), garçonete e amante de Bob em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*O corpo de Paula Merral é encontrado jogado no lago. A forma como o corpo está enrolado no plástico é igual a forma como Laura é encontrada. E Paula Merral é anagrama de Laura Palmer, esse eu demorei para identificar. rs</div><div align="justify"><br /> *A atriz que interpreta a médica que faz a necropsia no corpo é nada mais nada menos que Sheryl Lee. Quem é Sheryl Lee? A atriz que interpretou Laura Palmer, cujo assassinato foi o mote principal de Twin Peaks. Ela depois voltava na série como Madeleine, prima bem parecida com Laura. Acaba tendo o mesmo destino, coitada. Mas a cena da morte de Madelleine serve para que o público descubra quem é o assassino de Laura.</div><div align="justify"><br />*O Xerife diz aos tios de Paula que ela sempre saia de casa escondida a noite. Laura também tinha uma vida noturna desconhecida da maioria da cidade.</div><div align="justify"><br />*Um dos policiais da cidade é de origem indígena e lembra Michael Horse ator indígena que em Twin Peaks era o policial Hawk.</div><div align="justify"><br />*Shawn recebe uma mensagem com a frase "Quem matou Paula Merral?". "Quem Matou Laura Palmer" era uma das taglines de Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />* A abertura imita a de Twin Peaks em alguns aspectos e a música tem os mesmos acordes e é cantada por Julee Cruise. Julee aparece cantando em alguns episódios de Twin Peaks e é autora de canções da trilha da série.</div><div align="justify"><br />* Os policiais de Santa Barbara estão vendo uma mesa cheia de Donuts. Em Twin Peaks mesa cheia de donuts sempre eram vistas na delegacia quando Dale Cooper estava lá.</div><div align="justify"><br />*A doutora que cuida do corpo de Paula se chama Donna. Mesmo nome da melhor amiga de Laura em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*Na sala de espera da Dra. Donna, que também é veterinária, tem um senhor com um corvo em uma gaiola. Em Twin Peaks um corvo é uma das chaves do mistério.</div><div align="justify"><br />* Quando saem do consultório encontram uma senhora com um tronco na mão, igualzinha a Senhora do Tronco, uma personagens de Twin Peaks que sempre andava com um pedaço de madeira nos braços. A personagem é inclusive vivido pela mesma atriz Catherine E. Coulson em Psych. A diferença é que em Twin Peaks ela realmente conversa com o tronco. Em Psych eles pensam que ela está falando com ele mas ela está falando com um garotinho que aparece depois.</div><div align="justify"><br />*A escadaria e o ventilador da casa do xerife imitam a da casa da familia Palmer.</div><div align="justify"><br />*Randy, filho do Xerife, e Paula dividiam um par de brincos . Se não me engano Laura e James(seu amante e verdadeiro amor) também compartilhavam pingentes. E a cena dramática de Randy chorando e chamando por Paula acredito que seja imitando uma cena de James em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*Os personagens vão a uma biblioteca e a bibliotecária Mauddette é interpretada pela atriz Sherilyn Fenn. Em Twin Peaks ela era Audrey, a garota mimada que não gostava de Laura mas acabava se envolvendo nas investigações ao se apaixonar pelo agente Cooper.</div><div align="justify"><br />*Maudette está tomando Cherry Coke e pergunta aos detetives: "o de cereja não é o melhor?". Uma das cenas mais famosas de Twin Peaks é a que Audrey dá um nó em um talo de cereja com a língua. Maudette também possui cerejas tatuadas no dedo.</div><div align="justify"><br />*Em Dual Spires temos algumas falas estranhas misturadas com coisas de cotidiano(se quiser levar um livro precisa de uma ficha na biblioteca), personagens que sempre parecem ter algum segredo e alguns malucos, como um velho fazendo gestos estranhos na lanchonete. Isso era bem comum em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*A foto de formatura de Paula é exatamente igual a de Laura que sempre aparecia nos créditos finais da série.</div><div align="justify"><br />*A irmã de Paula se chamava Lucy, mesmo nome da recepcionista da delegacia de Twin Peaks. (talvez seja so´coincidência)</div><div align="justify"><br />*O diário de Paula é encontrado em seu quarto. Laura tinha dois diários, um deles secreto,que foram utilizados para ajudar nas investigaçoes. O diário secreto foi publicado em livro devido ao sucesso da série.</div><div align="justify"><br />*Como uma parte do diário de Paula está escrito em latim(para que outras pessoas não lessem) Shawn procura um padre para traduzir. Ray Wilse interpreta o padre e em Twin Peaks ele era o pai de Laura, Leland Palmer.</div><div align="justify"><br />*Paula era namorada de Randy mas também saia com Jack. Assim como Laura que namorava Bob e ficava com James as escondidas.</div><div align="justify"><br />*Em twin Peaks os detetives descobrem a ligação de James com Laura por causa de um vídeo de Laura e Donna em que ele não aparece mas estava filmando, seu reflexo é visto no oculos de Laura. Em Psych, Jack, o outro namorado de Paula, não aparece nas fotos do livro de formatura da turma de Paula, mas suas iniciais estão escondidas nas fotos e Shawn, que é medium, encontra. Jack que fez as fotos do álbum.</div><div align="justify"><br />*Shawn quebra um vidro na casa de Jack... lembrei me da técnica de quebrar vidros para descartar suspeitos usado por Dale Cooper. Mas ai pode ser só forçação de barra minha.</div><div align="justify"><br />*Jack esteve com Paula antes dela morrer. Assim como James esteve com Laura.</div><div align="justify"><br />*Maudette é encontrada enforcada na biblioteca, aparentemente cometeu suicídio. Mesmo fim de Harold Smith em Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*Em Twin Peaks, Leo (Eric Dare) amarra sua mulher em uma sala da serraria e coloca fogo. Ela é salva pela dona da serraria que usa uma machadinha para cortar a corda. Aqui a biblioteca é incendiada com Shawn e Gus presos dentro. São salvos pelo padre que usa uma machadinha para quebrar a porta.</div><div align="justify"><br />*O padre aparece com o cabelo branco(uma freira pintou seu cabelo para esconder os fios brancos). Em Twin Peaks o pai de Laura(mesmo ator que faz o padre) ficava com o cabelo branco misteriosamente.</div><div align="justify"><br />*No final tudo é resolvido em uma cabana com cortinas vermelhas e fogo na lareira... fogo e cortina vermelha são símbolos que sempre aparecem em Twin Peaks. O filme que procedeu a série tinha como subtítulo "Fire Walk With Me"( Fogo anda comigo)</div><div align="justify"><br />*Jack na última cena aparece com um terno vermelho e dançando, em Twin Peaks existia um anão que aparecia em algumas cenas de delírio que usava terno vermelho e aparecia dançando da mesma forma que Jack. </div><div align="justify"><br />*Jack também usa um tapa olho como a personagem Nadine de Twin Peaks.</div><div align="justify"><br />*Nessa cena final que se passa na lanchonete Shawn e Juliet se assustam com o comportamento dos habitantes de Dual Spires e vão embora; Eles são inofensivos mas assustadores e malucos como em Twin Peaks. Até Carlton(personagem fixo de Psych) se comporta como um deles e lembra um personagem que David Lynch(criador de Twin Peaks) interpretava na série. Lembrando que quando ele chega a cidade ele chega reclamando de tudo como o personagem Albert(Miguel Ferrer) fazia sempre que chegava em Twin Peaks.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-2018852044518340552010-04-03T17:33:00.000-07:002010-04-03T20:33:18.229-07:00Intolerância Religiosa<div align="justify">A atitude dos jogadores dos Santos que por motivos religiosos se recusaram a visitar um lar espírita que cuida de crianças com paralisia cerebral revela uma realidade preocupante, o preconceito com respeito à religião não é relegado a um passado obscuro ou a países intolerantes do Oriente Médio. O Brasil ainda tem mais que resquício desse pensamento retrograda, se o chute a imagem de Nossa Senhora Aparecida que o bispo Von Helder deu em 1995 deixou a sociedade embasbacada ninguém se escandaliza com a demonização de religiões africanas feita por programas religiosos principalmente da Rede Record, pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus.<br /><br />É curioso que um país com nomes que defendem o ecumenismo com tanta propriedade como Leonardo Boff tenhamos casos tão gritantes de intolerância. Robinho, Neymar, Ganso e Roberto Brum pelo jeito não frequentaram todas as aulas da escola dominical ou teriam conhecimento sobre a parábola do bom samaritano, aquela em que Jesus conta a história de um cara que resolve ajudar um pobre coitado que foi assaltado sem perguntar sua procedência e sem esperar nada de volta com isso, no final Jesus decreta que devemos "... amar ao próximo como a si mesmo...”. Será que para eles essas crianças não eram suas próximas por serem supostamente de outra religião.<br /><br />O colunista <a href="http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2010/04/03/um-assessor-de-imprensa-nunca-ouvira-a-verdade-de-um-jogador/">Cosme Rimoli</a> do site R7(que pertence a Universal, coincidência?) ainda tentou limpar a barra deles os colocando como mártires revolucionários que quebram uma tradição de hipocrisia, e se enrolou misturando alhos e bugalhos e colocando o goleiro Marcos do Palmeiras no meio do rolo no que foi ironizado pelo assessor de imprensa do time palestrino. Cosme escreveu a pérola rara:<br /><br />"Como não perceber a alegria que um goleiro com o talento e o coração de Marcos pode levar a uma criança terminal? /Mas por que fazer desse encontro um show para a mídia? /Quem ganha com isso? /E em seguida, o milagre não acontece, e essa criança morre.”<br /><br />No que o assessor respondeu no <a href="http://www.palmeiras.com.br/noticias/2010/04/03as14h31-id2206-cosme+rimoli+voce+nao+entendeu+nada.+de+novo.shtml">site oficial do Palmeiras</a>:<br /><br />"Bom, não quero aqui supor que você ache desnecessário esses encontros porque a criança não vai viver. Me nego a crer nisso."<br /><br />Na ânsia em defender os jogadores, por motivos desconhecidos, mas não muito difíceis de imaginar quais são o jornalista não se importou em desmanchar sua credibilidade e saiu atacando assessores de imprensa de clubes de futebol.<br /><br />Os jogadores se justificaram, alguns talvez até tenham se arrependido de coração, mas esse acontecimento emblemático fica como um aviso dos riscos a estamos submetidos com pessoas que seguem cegamente dogmas e princípios religiosos. Como diz o personagem Dean (Jensen Ackles) em um episódio do seriado Sobrenatural (Supernatural): Deus nos proteja daqueles que acham fazer o Seu trabalho aqui na Terra. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-79633160105309074272010-01-03T12:13:00.000-08:002010-01-04T14:08:12.846-08:00A Vergonha de Casoy e a Invisibilidade Social<div align="justify">Para comemorar o ano novo passei o último fim de semana em uma fazenda sem ver TV e sem acesso a internet, acabei sabendo só hoje da polêmica envolvendo Boris Casoy, âncora famoso pela utilização do bordão "Isso é uma Vergonha" e por criminalizar movimentos sociais e a esquerda em geral, e que segundo comentam já esteve envolvido com o CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Após o Jornal da Band veicular uma matéria sobre garis em que no final esses desejam feliz natal, Casoy ironizou os votos com o seguinte comentário:<br /><br />"Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".<br /><br />Claro que ele não disse isso diretamente para as câmeras, mas em off, porém o áudio vazou enquanto passava a vinheta e todos ouviram o comentário preconceituoso seguido por gritos desesperados provavelmente do responsável pelo som: "Deu pau, deu pau, deu pau..."<br /><br />No dia seguinte Casoy ainda tentou "pedir desculpas profundas pelo comentário infeliz” (sic), mas o estrago já estava feito, nesse tempo de internet é difícil colocar no esquecimento um comentário como esse como aconteceu com o "coisa de viado" que o Pedro Bial comentou no Fantástico após a transmissão de uma noticia sobre balés, quando muito tempo depois esse vídeo caiu na internet o barulho já tinha sido abafado, no caso de Casoy praticamente no mesmo dia isso já era assunto e ninguém falava em outra coisa, o vídeo no Youtube fez sucesso e quase todo mundo comentou no Twitter.<br /><br />Casoy explicitou algo que nós brasileiros temos dificuldades em reconhecer, o preconceito social, assim como o racial ainda existe, conheço pessoas que se incomodam em morar em um prédio que não tenha elevador social, que acha que festa de empresa tem que ser separada e que um garçom não deve nunca fazer um comentário para as pessoas da mesa que não seja "o que deseja" ou "bom apetite". É difícil reconhecermos que não somos o país que respeita a diversidade, o país em que pobres, ricos, negros e brancos convivem em total sintonia.<br /><br />No fundo todos Querem que os pobres apenas façam seu trabalho e se mantenham na sua só se dirijam aos demais quando forem perguntar algo útil relacionado ao trabalho. No livro "Homens Invisíveis - Relatos de uma Humilhação Social” (Editora Globo, 2008) o psicólogo Fernando Braga da Costa que conviveu 10 anos com os garis da Cidade Universitária da USP, trabalhando junto deles e uniformizado como eles relata como esses trabalhadores são humilhados por aqueles que têm que lhes dar as ordens e como são ignorados pelos demais como se fossem invisíveis, como se não fossem pessoas mas apenas a parte feia da decoração da cidade que não merece nada mais que o desprezo. Fernando sentiu na pele toda a labuta dos garis, mexendo em lixo tóxico sem utilização de máscara ou roupa especial, varrendo debaixo de chuva ou sol, aguentando humilhações e enfrentando o desaparecimento proporcionado pelo uniforme, o próprio autor deixava de ser percebido por alguns amigos e professores quando utizava a roupa própriados trabalhadores.<br /><br />Infelizmente casos como o de Casoy não são raridade nesse país, essas pessoas da "mais baixa escala de trabalho" precisam aguentar todos os dias esse tipo de insulto, além de sofrer com baixos salários e falta de perspectivas. Imagine um desses sujeitos animado por aparecer na TV, chega em casa e chama família e amigos para assistir o telejornal, compra uma cerveja e reúne todos na sala apertada e quando finalmente se encerra a reportagem tem a decepção de ouvir esse comentário esnobe. Em Homens invisíveis Fernando relata o quanto ficou magoado quando uma garota pré-adolescente ironizou um dos garis que trabalhavam com ele. O quanto se sentiu mal pensando em um senhor que sai de casa para fazer o seu trabalho pesado e ainda tem que suportar piadas de uma criança cruel e grosseira, o mesmo deve ter acontecido a esses garis e a Rede Bandeirantes não pode deixar isso assim. Demissão é o mínimo para o reacionário do Casoy.<br /><br />Desculpem o desabafo. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-20984269719703859162009-11-03T16:15:00.000-08:002009-11-03T16:21:50.863-08:00Heróis Sem Reconhecimento<strong><em></em></strong> <div align="justify"><br />Procure pelos seguintes nomes no Google e terá os seguintes números aproximados de citações:</div><div align="justify"><br />Harald Edelstam - 58300/Oskar Schindler - 387000/Paul Rusebagina - 75600<br />Augusto Pinochet - 3.610.000/ Adolph Hitler 7.280.000/Joseph Stalin - 14.600.000<br /><br />O que diferencia os primeiros dos segundos? Bom, a diferença é que enquanto os primeiros se preocuparam em salvar milhares de vidas os segundos foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas. Sei que estou sendo simplista e que vários fatores influenciam para que o nome de Pinochet e os demais tenham mais audiência, inclusive o fato de terem sido lideres de nações, o que me estranha é que os que poderiam ser considerados heróis só recebam nota de rodapé na história. Mesmo Schindler que foi personagem de um filme de Spielberg e que participou de uma parte bem mais conhecida e divulgada da história é pouco comentado, talvez para não ofuscar os americanos, vencedores da 2ª Guerra Mundial, “salvadores do mundo”.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Por falar em americanos seria bom falar desse primeiro nome citado, Harald Edelstam era embaixador sueco no Chile quando o exército chileno apoiado pelos yankees, ”grandes defensores da democracia” (outra vez entre aspas), atacaram o Palácio do governo, provocando o suicídio do então presidente, Salvador Allende e colocando Pinochet no poder. Durante a ditadura de Pinochet cerca de 3200 pessoas desapareceram. Edelstam conseguiu salvar mais de 1300 pessoas das mãos sanguinárias do exercito chileno antes de ser expulso do país e ainda denunciou para a imprensa estrangeira toda a barbárie que estava acontecendo, já que a imprensa local apoiava o golpe e escondia que oposicionistas e colaboradores de Allende estavam sendo exterminados em massa no Estádio Nacional do Chile. Harald encarou o exército e deu a cara à tapa, salvando inclusive a embaixada de Cuba de ser atacada pelos golpistas. Um filme sobre ele acaba de ser lançado, intitulado “O Cavaleiro Negro”, mas por não ser uma produção Hollywoodiana com atores conhecidos ninguém espere um grande lançamento por aqui, por enquanto só passou em festivais e como já tem mais de um ano dificilmente será lançado no circuito comercial, talvez seja lançado em DVD mas enquanto isso basta procurar pela internet que tem para download com legendas em português. </div><div align="justify"><br />O ultimo de nossa lista é Paul Rusebagina, gerente de hotel de luxo em Ruanda quando começou o massacre aos membros da etnia Tutsi pelos Hutus. Havia tempos as tensões estavam à flor da pele no país até que em 1994 os Hutus, etnia majoritária do país resolveram atacar, sobre incentivo de radialistas e de membros do governo pegaram em facões, paus e tudo que pudesse servir como arma e saíram a matar vizinhos, amigos, colegas de trabalho e até parentes que pertenciam a outras etnias. Não foi uma luta entre tribos isoladas como nos faziam acreditar os jornais da época, envolveu religiosos, políticos, profissionais liberais e praticamente toda a população tanto do lado das vitimas quanto dos assassinos. E Paul, que pertencia à etnia majoritária Hutu aproveitando da ausência de seus patrões e de hóspedes no hotel alojou 1200 pessoas da etnia perseguida no hotel e fazendo subornos aos lideres dos massacres e outras artimanhas conseguiu esconde-los e escoltá-los para um campo de refugiados. Só 10 anos depois o mundo parou para prestar atenção ao episódio com o filme “Hotel Ruanda” com Don Cheadle como Paul e Sophie Okonedo como sua esposa, ambos indicados ao Oscar de ator e atriz coadjuvante respectivamente. Além do filme recomendo a leitura dos livros “Gostaríamos de informá-lo que amanha seremos mortos com nossas famílias” de Philip Gourevich, editora companhia de bolso e “Sobrevivi para Contar” de Imaculee Ilibagiza, editora Fontanar. O primeiro é de um jornalista americano que visitou o país dois anos após o evento para entrevistar sobreviventes e o segundo foi escrito por uma sobrevivente que relata como sobreviveu junto com outras sete mulheres escondidas em um banheiro minúsculo na casa de um pastor. É interessante ler os dois para conhecer a história sob pontos de vista diferentes. </div><div align="justify"><br />Paul, Oskar e Harald são pessoas que como diz a tagline de “Cavaleiro Negro”, fizeram a diferença, poderiam ter lavado as mãos e fingido que nada estava acontecendo. Paul se quisesse poderia ter escondido apenas sua esposa que era Tutsi e sua família no hotel, correria menos riscos e se brincar ainda seria considerado herói. Poderia também ter se unido a turba que clamava pelo sangue inocente e arrancado milhares de cabeças de tutsis. Edelstein não precisaria nem tomar conhecimento das execuções que aconteciam no estádio chileno, como fizeram outros embaixadores poderia continuar fazendo suas recepções e até ter sido amigo do Coronel Pinochet. O famoso Schindler a principio era apenas mais um empresário aproveitando da mão de obra barata dos judeus para enriquecer facilmente, poderia ter continuado assim e ficar indiferente ao destino dos que trabalharam para ele como fizeram vários magnatas da época. Mas parece que o destino se propõe a pregar peças e revelar os verdadeiros salvadores, pessoas de carne e osso que se viram forçados a agir em situação adversa. Seria por um grande sentimento humanitário? Ou será que receberam um chamado divino como Moisés ao ver a sarça ardente no deserto?Talvez queriam entrar para história ou puro e simples remorso. Não importa o motivo a humanidade agradece e sem medo de ser piegas plageia Spielberg no final de “A Lista de Schindler” atestando que quem salva uma vida, salva o mundo inteiro. </div><div align="justify"><br />Curiosidade: O golpe chileno ocorreu no dia 11 de Setembro de 1973, no filme 11 de setembro em que 11 diretores do mundo inteiro apresentam sua visão sobre os atentados ao World Trade Center o diretor inglês Ken Loach em seu episódio mostra um chileno exilado mandando uma carta para os norte-americanos em que faz um paralelo entre os dois acontecimentos, qualquer dia comento esse filme aqui. </div><div align="justify"><br />Quando Pinochet morreu o político brasileiro Jarbas Passarinho (um dos artífices do golpe brasileiro) comentou ao G1: “Foi um homem que, num momento azado (oportuno), salvou o Chile de ser um país marxista presidido pelo Allende, que chegou a receber Fidel Castro em Santiago com toda a pompa. Ele deixa o Chile numa situação econômica estável e invejável, cuja recuperação é fruto do seu governo.”</div><div align="justify"><br />É para rir? </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-48927417773042044672009-08-31T17:21:00.000-07:002009-08-31T17:24:59.685-07:00Barriga<div align="justify">Não existe nada pior que "barriga", e não estou falando do resultado de seu sedentarismo, caro leitor (se é que alguém vá ler isso), estou falando do costume de roteiristas de alongar suas tramas até o limite do insuportável quando essas começam a fazer sucesso, inserem uns novos personagens ou colocam em destaque outros até então irrelevantes e destrói a paciência de quem está acompanhando novelas e seriados, quem acompanha seriados deve ter percebido que eles chegam a um ponto em que já poderiam ser encerrados, mas seus produtores continuam lançando novos fatos e situações que só servem para “encher linguiça” e interessam muito pouco. O fato é que a TV vive de dinheiro e se os produtores não possuem pudores em tirar do ar uma série com baixa audiência antes de dar um fim à trama, o mesmo se aplica a estender histórias que já não possuem mais nada a oferecer. </div><div align="justify"><br />Temos inúmeras séries que poderiam ser listadas, mesmo o cultuado Lost vive de adicionar personagens a torto e direito e quando resolvem um mistério outros 10 são adicionados, o caso mais emblemático foi a inclusão do casal Nicky(Kiele Sanchez) e Paulo(Rodrigo Santoro) na ilha, apesar de ter mexido em nosso orgulho cívico ao colocar Santoro, um brasileiro, no cast do seriado não serviu para mais nada, ambos se mostraram sem importância e desconectados do contexto geral, talvez por terem chegado com o "bonde andando". É complicado pro telespectador estar acostumado com um grupo de pessoas e olhar para duas novas fazendo de conta que ela estavam lá o tempo todo como quiseram fazer parecer na série. Já diziam os manifestantes do Diretas Já, O povo não é bobo. </div><div align="justify"><br />Outro caso é Prison Break, na primeira temporada temos a história de Michael Scofield (Wentworth Miller) que dá um jeito de ser preso para livrar o irmão de ir para a cadeira elétrica por um crime que não cometeu. Toda a temporada, inverossimilhanças a parte, se concentrava em seu plano de fuga e era interessante e divertido vê-lo sendo colocado em prática. Na segunda Temporada, Michael, o irmão e outros presos que ele teve que ir agregando a seu plano são mostrados percorrendo o país perseguidos pela justiça e por um cara do FBI tão astuto como o protagonista e que consegue prever muitos dos seus movimentos. Todo um clima de conspirações, perseguições e adrenalina contribuiu para que série se tornasse um sucesso, mas o mais óbvio é que depois que os irmãos conseguissem se livrar das acusações tivessem um final feliz junto com o que restou de sua família. Mas o sucesso do programa tornou obrigatória uma terceira temporada, já que tudo tinha se esgotado porque não colocar Michael na cadeia de novo? Mas trazê-lo de volta a antiga prisão não funcionaria, era fichinha, tinha que ser algo mais barra pesada. Deram então um jeito de colocá-lo junto com boa parte do elenco da temporada anterior em uma prisão de terceiro mundo, no caso o Panamá. Michael deveria ter assistido o seriado Blossom, em um episódio Joey (Joey Lawrence) comentando sobre o filme "Expresso da Meia Noite" diz que se você quer cometer um crime não pode escolher a Turquia já que lá as pessoas são más. Se ele tivesse visto saberia que isso se aplica a todos os países de terceiro mundo, pelo menos na visão dos roteiristas de cinema e televisão em Hollywood. Na nova prisão a lei não existe você tem que matar um leão por dia para sobreviver e mesmo os presos sendo deixados ao Deus dará não existe possibilidade quase nenhuma de fuga, e da- lhe repetições de situações da primeira temporada, saturação de clichês, simplesmente deixamos de nos importar com os personagens de tão previsível.</div><div align="justify"><br />Nem as séries dramáticas escapam dessa armadilha, "A Sete Palmos", sobre uma família que cuida de uma funerária e vive seus dramas do dia-a-dia enquanto cuidam de velórios e embalsamamentos teve uma terceira temporada mais arrastada que novela e ainda inseriu uma nova personagem que era um "purgante", a insuportável Lisa (Lili Taylor).</div><div align="justify"><br />Também é importante saber que isso não é fato recente já que na década de 70 adicionaram um personagem chamado Primo Oliver em uma série de sucesso para poder ter mais argumentos. Erro fatal, pois caiu a audiência e o seriado foi cancelado. Daí em diante "Cousin Oliver" passou a ser referência de personagem adicionado no meio da história. Ainda tivemos Dallas, série famosa dos anos 80 e que vivia ressuscitando personagens e adicionando novos à medida que a audiência oscilava, tiveram a audácia de transformar uma temporada inteira em sonho de uma personagem só para justificar o retorno do marido dela que tinha morrido na temporada anterior. E por fim a ótima série Twin Peaks de 1989, que tinha como mote a pergunta "Quem Matou Laura Palmer?". Resolvido esse mistério algum gênio achou por bem estende-la já que fazia muito sucesso, só que o criador da série, David Lynch, se afastou para dirigir um filme e os novos diretores e roteiristas acharam que transformar tudo em uma chanchada sem pé nem cabeça bastaria para segurar os telespectadores, basta dizer que o triângulo amoroso cômico entre a recepcionista da delegacia, um guarda e um atendente de loja passou a ser uma das principais tramas da série. Como era de se prever, a audiência caiu e quando Lynch retornou, o estrago era muito grande para ser consertado. Dizem que inclusive alguns dos atores se recusaram a participar no filme que servia de prequel a série exatamente pelo descaso do diretor com sua obra.</div><div align="justify"><br />Claro que certa irregularidade em séries é normal pelo fato de ter diferentes diretores e roteiristas trabalhando em cada episódio, o problema é quando a série se desestrutura e deixa de ficar interessante, pior ainda quando perde o foco de seu eixo principal, muitas vezes chega ao final apenas um fiapo do que a série prometia, e pro telespectador fica aquela incerteza, se a série não fizer sucesso corre o risco de cancelarem antes de qualquer solução dos mistérios e se do contrário fizer muito sucesso podem começar a enrolar até tirar a vontade de ligar a TV no horário para ver os próximos episódios.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-54658268188164701372009-08-15T20:20:00.000-07:002022-08-01T19:34:20.252-07:00Arraste-me Para o Inferno e um pouco de corporativismo.<div align="justify">Sam Reimi, diretor da trilogia (até o momento, já que estão planejando o 4º filme) Homem Aranha, lançou em 1982 "A Morte do Demônio” * (Evil Dead) um marco do cinema de terror que está na lista dos melhores de qualquer fã do gênero, mesmo entre os mais exigentes. Pois foi uma grata surpresa descobrir que ele havia resolvido voltar ao gênero que o revelou, mesmo ficando com medo de que sua experiência com blockbuster o tivesse deixado muito apegado ao CGI e pirotecnias técnicas e o retorno ao terror pudesse nos trazer uma “bomba”. Felizmente eu estava errado, Arraste-me Para o inferno (Drag me to Hell, 2009) é uma pequena pérola e provavelmente um dos melhores filmes de terror que vi esse ano, parecia que tinha voltado aos anos 80, um filme cheio de sangue e escatologia e que não poupa a protagonista de passar pelas maiores agruras durante toda sua execução, coisas simples como ir ao fundo de um tumulo cheio de água junto a um defunto.
Alison Lohman é Chris, uma funcionária de banco que para mostrar ao seu gerente que merece uma promoção recusa estender a dívida de Sylvia Ganush, uma velhinha que está para ser despejada, a idosa, insatisfeitae se sentindo humilhada, joga uma maldição na garota que começa a ser perseguida por um demônio, a pobre moça passa então a correr contra o tempo já que o coisa-ruim irá arrastá-la para o inferno em 3 dias se o feitiço não for desfeito. Reimi nos brinda com cenas de fazer os mais fracos dormirem com a luz ligada e os de estomago frágil devolverem todo o fast-food que serviu de refeição antes da seção. Claro que o filme não se resume a um amontoado de cenas toscas e nojentas, tem um clima tenso, atuações boas e para quem gosta de conteúdo tem até uma critica sutil a competição nas empresas, a ambição desmedida e a recente crise imobiliária.
Eu que já estou calejado com filmes de terror passei alguns sustos de verdade na sala de cinema, prova que Reimi não perdeu a mão e sabe que mesmo nesses tempos de internet, nada mais eficaz que um bom horror a moda antiga com efeitos digitais discretos, maquiagens grotescas, cenas de embrulhar o estomago e uma piadinha aqui e ali para quebrar o clima. O Bom elenco é composto por além de Alison, que não tem nenhum trabalho conhecido em fitas de horror mas já trabalhou com diretores como Robert Zemeckis, Tim Burton e Ridley Scott, Justin Long que trabalhou nos dois filmes “Olhos Famintos” como o namorado de Chris, que a apóia mas tenta convencê-la de que isso tudo não é real.Temos ainda Lorna Raver, atriz basicamente de TV como a assustadora Sylvia Ganush. Adriana Barraza, atriz mexicana indicada ao Oscar por Babel de Alejandro Gonzáles Inãrrítu e que trabalhou também em “Amores Brutos” do mesmo diretor aqui faz uma vidente que tenta ajudar a mocinha e Reggie Lee, vilão da segunda temporada da série “Prison Break, é o colega de trabalho de Chris que não se importa em jogar sujo para conquistar a promoção no lugar dela.
Mas e o corporativismo do titulo? Pois é, é que como a protagonista do filme também sou bancário e faz muito tempo percebi que nossa classe nunca é muito bem vista em filmes e outras obras, médicos, jornalistas, operários, lavradores e até advogados já tiveram suas oportunidades tanto como vilões quanto como mocinhos, antes da personagem de Alisson Lohman em “Arraste-me Para o Inferno”, o único herói que conheço que trabalhe em banco é Stanley Ipkiss (Jim Carrey) de "O Máscara" e ele pode ser considerado mais um anti-herói. No geral bancários são mostrados como pessoas insensíveis, burocráticas e fracassadas que escolheu essa profissão por pura falta de opções. Se as intempéries de Chris em "Arraste-me Para o Inferno" mostra um pouco de como é o ambiente em instituições financeiras talvez também sirva como vingança para muitos telespectadores que já sofreram em uma fila de banco. A classe dos bancários sofre por representar uma instituição muito mal vista, enquanto os banqueiros, donos do dinheiro e do poder são resguardados em suas salas de mármore e vidro, funcionários do baixo escalão agüentam baixo salário (um funcionário em inicio de carreira ganha na faixa de R$ 1000/mês, os maiores bancos brasileiros costumam ter lucros de bilhões de reais por semestre), metas abusivas, doenças ocupacionais, necessidade de empurrar seguro, previdência e capitalização para clientes já endividados e insatisfeitos com o atendimento, plano de carreira ruim, stress, falta de tempo para se preparar para coisas melhores e ainda servem de portadores de más noticias para o cliente (seu limite estourou, seu cartão está bloqueado, seu crédito não foi aprovado).
Só para encerrar quero deixar claro que não estou aqui levantando bandeira, não vou começar a fazer abaixo assinado para que os bancários sejam bem vistos em filme até porque sei que mesmo que não sejam a maioria existem muitos profissionais da área que fazem jus a representação feita. Só quis fazer uma constatação e desabafar aproveitando o gancho do ótimo filme do Sam Reimi. Todos que puderem corram ao cinema o mais rápido possível para ver a obra.
* O filme “The Evil Dead recebeu vários títulos por aqui, isso porque a seqüência estreou primeiro aqui no Brasil com o título de "Uma Noite Alucinante- Morto ao Amanhecer", só depois resolveram lançar o filme original nos cinemas o intitulando como “Uma Noite Alucinante – Parte 1 – Onde Tudo Começou” mas quando lançado em vídeo mudaram o nome para "A Morte do Demônio", em DVD o primeiro filme(péssima edição da LW editora, diga-se de passagem) foi lançado com o título de "The Evil Dead" e a seqüência como "Uma Noite Alucinante", o terceiro filme da franquia, Army of Darkness: Evil Dead 3 foi lançado em vídeo como Uma Noite Alucinante 2 e não tem, ainda, edição em DVD. (Com informações do site <a href="http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/evil.html">Boca do inferno</a>.)</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-9296594645613301512009-07-28T18:34:00.000-07:002009-07-31T18:20:42.370-07:00Danilo Gentili e o King Kong<div align="justify">O CQC é um programa inteligente, apesar de alguns de seus repórteres se acharem mais importantes do que realmente são e de sempre pegarem mais leve com políticos que lhe são simpáticos, o Serra por exemplo. Mas eu reconheço que depois que o Pânico entrou na pasmaceira estava faltando um programa de humor que me fizesse parar para assistir. O problema é que o programa começa a demonstrar visíveis sinais de cansaço, o quadro “Denuncie Já”, por exemplo, esses dias mostrou um bando de riquinhos reclamando do barulho de cachorros em sua rua, pareceu reportagem do Aqui Agora, alguns repórteres estão precisando renovar o estoque de piadas e o Gentili que eu só gostava no inicio se mostra arrogante e antipático em suas reportagens sem a leveza e a veia cômica do Rafael Cortez por exemplo.<br /><br />Para piorar, o mesmo Danilo Gentili conseguiu uma façanha em seu <a href="http://http//twitter.com/danilogentili">Twitter</a> esses dias. Depois de postar o seguinte comentário:<br /><br /><em>“Agora no TeleCine KingKong, um macaco q depois q vai p/ cidade e fica famoso pega 1 loira. Quem ele acha q e? Jogador de futebol?”<br /></em><br />Alguns de seus “seguidores” acharam a frase racista e reclamaram, talvez não fosse para tanto, o problema foram as réplicas do humorista, depois de se sentir acuado ele tentou justificar o injustificável com a seguinte perola<br /><em><br />“Alguém pode me dar 1 explicacao razoavel pq posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco”<br /></em><br />Ou seja, reconheceu que costumava utilizar expressões pejorativas para um monte de minorias e que só os negros se ofendem, como se a pessoa que se ofende é que estivesse errada, depois ainda tentou consertar dizendo que não se referiu à cor do jogador quando postou a piada. Tudo bem, mas depois dessa frase anterior já não tinha mais como voltar atrás. Deveria ter ficado calado que ganharia mais.<br /><br />E não parou por aí, escreveu um texto no seu <a href="http://http//danilogentili.zip.net/">blog</a> que é um festival de lugares comuns racistas, parece até produto de um desses sites de direita reacionária. As partes em itálico são dele, o restante são meus comentários:<br /><br /><em>As pessoas que separam cachorros por raças fazem isso porque acreditam que uma raça vale mais que a outra. Eles acreditam mesmo nisso. Ganham dinheiro com isso. Movimentam um mercado. Dividir uma espécie por raças nada mais é do que racismo.<br /></em><br />Ok. Por enquanto estamos falando de animais, se repararem existem muitas diferenças entre um Poodle e um Pitbull, não só na aparência física como no comportamento. Existem pessoas que se sentem melhor tendo um animal mais calmo em casa enquanto outras preferem um cachorro de caça, cada um irá pagar o preço que ele acha que vale o animal que quer comprar. O mesmo ocorre com cavalos, alguns são melhores para corrida, outros para puxar carga, o que define seu preço é a demanda de mercado mas o que define sua utilidade é seu porte físico e instinto. Mas ele ainda não demonstrou aonde quer chegar com isso.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Sinceramente acredito que todo cachorro é cachorro e que toda pessoa é pessoa. E dentro disso não entendo como alguém que morde seu sapato, encoxa sua perna e caga no seu tapete pode ser considerado o melhor amigo do homem.<br /></em><br />Todo cachorro é cachorro, mas existem raças diferentes. E um cachorro só vai fazer esse tipo de coisa se tiver um dono relapso e que lhe dê abertura para cagar no tapete, não que isso importe ao assunto comentado.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?</em><br /><br />Como diria Januário de Oliveira: Taí o que você queria. É aqui que ele começa a defender a tese de que negros são racistas e trabalha o que um professor meu gosta de definir como Culpabilização da Vítima, ou seja imputar a quem sofre o preconceito a culpa pelo seu martírio. Desde quando ser diferente é ser melhor ou pior? As pessoas possuem características diferentes mesmo dentro de uma mesma raça mas isso não faz de uma pessoa melhor que outra. Para definir diferenças existe a classificação por sexo, raça, orientação sexual e é necessária para estudos que, por exemplo, tratem doenças que são mais comuns em uma raça que em outras, mais comuns a pessoas do sexo feminino que a pessoas do sexo masculino. Ninguém nunca pregou que se deve fechar os olhos as diferenças, pois elas existem, mas apenas defendendo que apesar das diferenças todos possuem os mesmos direitos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Quem propagou a idéia que "negro" é uma raça foram os escravistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra". Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho em ser da raça negra eu juro que nem me passa pela cabeça chama-lo de macaco. E sim de burro.<br /></em></div><div align="justify"> </div><div align="justify">O velho argumento de quem quer justificar o preconceito que brada que quem tem orgulho de ser gay ou negro está tentando se colocar um patamar acima dos outros. Orgulho nesse caso vem na contramão de vergonha, enquanto muitos gays simplesmente escondem suas preferências sexuais por medo uma pessoa que diz ter orgulho gay está querendo mostrar que conhece seus direitos e que não aceita ser ofendida por suas escolhas. O mesmo ocorre com os negros, que até hoje são minoria em grandes empresas e são olhados atravessados quando entram em ônibus. Mas claro que o senhor Gentili prefere fingir não saber disso.</div><div align="justify"><br /><em>Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de viado e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.<br /></em><br />Uau... Pobre coitado. Deve ter sido isolado do resto das crianças por ser alto. Aposto que foi isso que impediu que ele fizesse faculdade, deve ter sido perseguido na rua e proibido de comungar na igreja. Como ele queria ser baixinho como os outros colegas para poder ser aceito. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.</em></div><em><div align="justify"><br /></em>Preguiça de comentar isso. É muito difícil entender que não estamos falando de brincadeiras entre crianças de colégio? Estamos falando de uma pessoa publica que deveria tomar mais cuidado com as coisas que fala, um “formador de opinião”, que não entende que muitas pessoas levam a sério e replicam o que ele diz. Os macacos são irracionais e como tal não têm como se sentir ofendidos.</div><div align="justify"><br /><em>Prefiro ser chamado de macaco do que de girafa. Peça para um cientista fazer um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.<br /></em><br />Se ele não se ofende, ótimo. Mas um gay tem o direito de se sentir ofendido quando o xingam de viado assim como o negro tem o direito de se sentir ofendido quando o chamam de um animal que é considerado uma etapa inferior da evolução humana.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?<br /></em><br />Qual é a relação de uma coisa com a outra? Primeiro que Darwin disse apenas que o homem e o macaco vieram de um ancestral comum e não entendi onde a mãe entra nessa história.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Se o assunto é cor eu defendo a idéia que o mundo é uma caixa de lápis coloridos. Somos os lápis dessa caixa. Um lápis é menos lápis que o outro só porque a cor é diferente? Eu desenho desde criança, então acredite em mim: Não mesmo. Todas essas cores são de igual importância. Ok. Ok. Foi uma comparação idiota. Confesso. Os lápis são todos do mesmo tamanho na caixa. E no mundo real o lápis preto é bem maior que o amarelo.</em><br /><br />Realmente foi uma comparação idiota. Seria uma metáfora bonitinha para um garoto de quinta série mas o repórter conseguiria algo melhor que isso.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby<span style="color:#cc0000;">(SIC)</span><span style="color:#000000;">,</span> Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.<br /></em><br />Uma rosa teria o mesmo aroma se tivesse outro nome? Não é bem esse o caso, preto sempre foi utilizado de forma pejorativa, a raça é negra pois existem diferentes nuances nas cores das pessoas dessa raça, nem todas são da cor preta. E qual o sentido de se chamar alguém pela sua cor, todas as pessoas foram batizadas e receberam um nome, elas não se definem pelas cores que possuem.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas, afinal eu usei os termos politicamentes corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.</em></div><em><div align="justify"><br /></em>Claro que a luta pela inclusão social é imbecil e superficial, é feito por pessoas ignorantes que não entendem que o preconceito não existe, que os negros têm oportunidades iguais e que a democracia racial domina em terras brasileiras. Pobres brancos que não podem nem fazer brincadeiras com seus irmãos pretos. Como esses negros são mal agradecidos, os brancos dão a oportunidade de que esses convivam com eles e esses reclamam da contrapartida que é aceitar todas as piadas e gozações que fazem com eles.</div><div align="justify"><br /><em>Os politicamentes corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite. Isso é racismo, pois transmite a idéia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos".<br /></em><br />Quer dizer que para se sentir mal com o preconceito a pessoa tem que ser atingida por ele ou estará apenas querendo mostrar superioridade? Todos os brancos que lutaram contra a escravidão, todos os heteros que defendem os direitos dos homossexuais, todos os homens que não compartilham de uma visão machista nada mais são que pessoas que reafirmam o preconceito, pois defendem os direitos das minorias para se sentir superior. Genial, como eu não tinha pensando nisso ainda.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Agora peço que não sejam racistas comigo por favor. Nao é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade sou ítalo-descente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e assim como os pretos trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.</em> </div><div align="justify"><br /> </div><div align="justify">Ítalo-descendente. Que chique! Interessante ele citar isso já que todos sabem que os europeus vieram trabalhar no Brasil dentro de uma campanha de branqueamento da população e que sua chegada relegou aos negros trabalhos ainda menos dignos que os que faziam durante a escravidão. Não que isso seja culpa dos italianos, mas essa comparação foi no mínimo absurda.<br /></div><div align="justify"><em></em> </div><div align="justify"><em>Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mal gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.<br /></em><br />De mau (mau com u) gosto é todo esse texto, que apenas replica um monte de argumentos racistas encontrados na internet, dêem uma caçada no Google e verão milhares de textos parecidos com esse do Danilo, o velho argumento batido de que os negros vendiam escravos parece justificar a escravidão e não lembra que os próprios brancos incentivavam as guerras entre tribos. Ninguém nunca disse que a África era o paraíso perdido, eles tinham suas guerras como todo o mundo dito civilizado e vendiam como escravos os presos de guerra mas não entendo como isso justifica o tráfico escravo. Ah, eles vendiam então temos que comprar e trazer os negros em navios negreiros abarrotados, e espanca-los e obriga-los a trabalhar de forma desumana.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca terem escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.<br /></em><br />Os italianos tiveram colônias na África também e não acredito que o tratamento aos negros dessas nações coloniais fosse muito diferente da que era dado aos escravos e a Somália, um dos países mais pobres do mundo provavelmente teve ajuda de seus colonizadores italianos para chegar nessa situação. O problema maior é que o antigo "repórter inexperiente" se nega como sujeito da história, toda a realidade dos negros e brancos brasileiros resulta da história da escravidão no país e por mais que os brancos tentem negar isso a mudança não ocorre de um dia para o outro. A escravidão ainda é um fato recente, historicamente falando, só lembrarmos que ainda existem em 2009 filhos de escravos ainda vivos e com certeza a forma como vivem hoje é resultado desse processo histórico, é algo muito mais presente hoje em dia que a história clássica onde se insere o Império Romano, por ele citado.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Se é engraçado piada de gay e gordo, porque não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.<br /></em><br />Por mim o Danilo pode fazer a piada que quiser de quem quiser, se ele é tão limitado a ponto de seu repertorio só contemplar estereótipos só posso lamentar por ele, o que não se deve admitir é que a pessoa tente se justificar reafirmando preconceitos arraigados por essa sociedade hipócrita e preconceituosa. Só gays, mulheres, negros, índios, gordos e as vitimas de preconceitos em geral sabem o quanto sofrem com a baixa auto-estima provocada por esse tipo de comentários inadequados.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente", tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça você será apenas preto e eu branco, da mesma raça, a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.</em><br /><br />Superficial é dizer que o preconceito não existe só porque brancos bebem cerveja com negros. Quando chegar a uma universidade ou numa empresa conte o número de negros e poderá tirar suas conclusões.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>OBS: Antes que diga "Não devemos fazer piadas com negros, nem com gordos, nem com gays, nem com ninguém" Te digo: "Pode colocar meu nome aí nas páginas brancas da sua lista negra, mas te acho chato pra caralho".<br /></em><br />É muito fácil transformar alguém em chacota fazendo piadas sobre sua aparência ou sua cor ou sua sexualidade quando não se é o alvo da anedota. Prefiro ser um chato a me auto afirmar humilhando os outros para chamar a atenção.<br /><br /><br />Por mais que tentemos esconder, disfarçar, a realidade nos esbofeteia o tempo todo, o Brasil é um país cheio de preconceitos, uma senhora angolana esses dias passou constrangimento em um guichê enquanto trocava dinheiro em uma casa de cambio quando a mulher que estava a sua frente pensou que ela iria assaltá-la só por ter tocado em sua bolsa por acidente, o Richarlyson, jogador do São Paulo vive recebendo apelidos homo fóbicos da torcida durante os jogos e casos aparecem sempre na mídia de pessoas que consideram que sua cor caucasiana tem uma importância maior. E pessoas públicas, formadores de opinião não devem incentivar esse tipo de coisa. O Danilo foi infeliz não quando escreveu a primeira frase que de cara parecia ser algo inocente, mas ao contra atacar com argumentos racistas.<br /><br />Por fim me utilizo de uma frase do <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u601611.shtml">Helio de La Pena</a> que comentou sobre a polêmica:<br /><em>“O direito a defesa da própria vida, e no caso dos seres humanos, sua vida psicologica que se expressa no respeito a sua dignidade, é o mais básico de todos. Se você acha que nem isto estas pessoas podem fazer, devendo aceitar com resignação o lugar social do qual jamais deverão sair, então talvez você concorde que existe uma hierarquia de "humanidades" onde os considerados de menos valor, podem e devem mesmo ser destruidos fisica e simbolicamente.”</em><br />O Casseta e Planeta do qual o Helio faz parte realmente está decadente mas ele pelo menos soube demonstrar melhor entendimento da situação que o Danilo.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-79408370507611540642009-04-14T17:22:00.000-07:002009-04-14T17:57:38.865-07:00Inocência Roubada<div align="justify">Elissa Wall cresceu como membro da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Últimos Dias(IFSUD), uma dissidência da Igreja Mormon. Diferente dos Mormons e da maioria das religiões ocidentais a IFSUD aceita o poligamismo e nesse livro a autora nos dá um relato instigante sobre como foi sua vida nessa igreja, desde a infancia feliz junto ao pai e suas esposas até ser obrigada com apenas 14 anos a se casar com o líder da seita, fato que foi uma reviravolta em sua vida já que com muito pouca idade ela teve que se submeter a um marido tirano que abusava dela e das outras esposas como se fossem todas de sua propriedade, ela então tem que lutar contra suas tradições para conseguir sua liberdade. O enredo parece banal, certo? Mas o texto é instigante e bem acessível e é isso que faz a diferença, Seria muito fácil recorrer ao pieguismo e autocomiseração mas a autora não cai na superficiliade evitando um relato cheio de ressentimentos ao por exemplo isentar-se de fazer julgamentos das práticas poligamicas dos demais membros da religião como seu pai e avô. É um livro recomendável por trazer a baila discussões importantes como o machismo, diferença entre religião e seita e ainda por nos fazer conhecer uma cultura diferente da nossa.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Quem quiser saber mais e ler o primeiro capítulo só visitar o site:</div><div align="justify"><a href="http://www.inocenciaroubada.com.br/livro.asp">http://www.inocenciaroubada.com.br/livro.asp</a></div><br />Inocência Roubada - Elissa Wall - São Paulo - Ediouro 2009.Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-40241297512967546702009-03-29T21:57:00.000-07:002009-04-01T21:22:43.869-07:00Invasão Persa<div align="justify">Muito se tem falado da cinematografia da Índia por causa da novela "Caminhos da Índia" e pelo filme ganhador do Oscar "Quem Quer Ser um Milionário", mas eu resolvi comentar sobre a cinematografia de um país que já esteve bastante em voga aqui no Brasil e agora deu uma sumida, no caso o Irã, cujos filmes são obras-primas para alguns e soníferos para outros. Por sorte só mais recentemente tenho tido oportunidade de ver alguns filmes iranianos depois que passou a onda de crianças e mulheres de xador nos cinemas brasileiros, pois eu tenho a convicção que com um maior distanciamento dá para ter uma visão mais independente.<br /><br /> Zapeando pela TV esses dias acabei passando pela TV Futura que transmitia o iraniano "O Voto é Secreto", nesse filme uma espécie de mesária itinerante sai por uma determinada região do país recolhendo votos pra eleição iraniana e se depara com várias dificuldades, entre elas a descrença da população com a política, a ignorância e ainda o preconceito contra sua condição de mulher em uma sociedade muçulmana. O filme, assim como a maioria das películas daquele país é contemplativo, trabalha muito com figuras de linguagem e não se preocupa com agilidade, talvez por esse motivo a platéia ocidental totalmente viciada em filmes com estética de videoclipe venha a penar um pouco ao acompanhar a saga da moça percorrendo uma vila remota com sua urna eleitoral, mas pode ter certeza que ninguém sai indiferente ao filme, não tem final surpresa, redenção, nada desses apelos Hollywoodianos, apenas uma câmera seguindo personagens realistas, de forma quase documental, sem se envolver e sem manipular a platéia e dando uma lição de humanidade.<br /><br />Toda a cinematografia do Irã tem esse tom que lembra o neo-realismo, época em que a Itália do pós guerra tentava juntar os cacos e produziu filmes como "Ladrões de Bicicletas" de Vittorio de Sicca em que denunciavam a falta de oportunidades e a marginalização dos pobres, com pouco dinheiro e atores não profissionais selecionados entre a própria população. Da mesma forma, ainda que com sutilezas os cineastas iranianos conseguem criticar as convenções a que estão expostas a população pobre de seu país, machismo, pobreza, alienação, falta de oportunidades, anacronismo da sociedade, preconceito contra minorias. Em Filhos do Paraíso, filme mais conhecido da região, indicado ao Oscar e exibido de vez em quando nas madrugadas da Rede Globo, temos as crianças que precisam correr por um sapato, em "A Cor do Paraíso nos emocionamos com a saga do garoto cego, que é super esperto e sensível mas passa a ser um problema pro pai que quer se casar outra vez, no seguimento Iraniano do filme em episódios "11 de Setembro", uma professora tenta explicar aos seus alunos sobre o desabamento de um prédio do outro lado do mundo quando alguns nem sabem o que significa a palavra prédio, são vários os problemas que aos olhos ocidentais podem parecer ingênuos ou simples de resolver mas que pode ser uma tragédia para pessoas que vivem em condições precárias, se eu tivesse um jarro e ele quebrasse eu simplesmente iria ao mercado e compraria outro mas pense um grupo de crianças no deserto que precisam desse jarro para colocar a água que bebem na escola. Alguns desses cineastas ousam tocar até mesmo em temas tabus na sociedade islâmica, claro que não é de forma direta, precisam de metáforas e quem vê seus filmes necessita de uma visão um pouco mais apurada e imaginação para compreender seus jogos. Por Exemplo, em "Gosto de Cereja", um homem passa o filme todo procurando por alguém que o ajude a cometer suicídio, muitos críticos aventaram a hipótese de que ele fosse homossexual, mas o diretor desse filme nunca confirmou a informação e nada no filme pode dar a certeza disso. Em "O Voto é Secreto" no final temos a impressão que o soldado se apaixonou pela garota responsável pelo recolhimento dos votos, mas pode ser só uma impressão, ou não.<br /><br />Por mais que essas realidades pareçam por demais distantes dá pra fazer uma analogia com a nossa, quantos no nosso país não vivem abaixo da linha de pobreza? Quantos por esses rincões nunca tiveram acesso e talvez nem tenham a coisas simples para nós da cidade como uma televisão ou mesmo comida? Se o machismo fosse coisa do passado a Lei Maria da Penha precisaria existir? Pegando "O Voto É Secreto" especificamente e trazendo pra nossa realidade é de se raciocinar quanto esse país não está contaminado por uma falsa ou equivocada noção de democracia, um país onde o coronelismo, se não é ainda tão forte, ainda não acabou. Onde muitos ainda trocam o voto por um chapéu ou um par de botinas. Então vamos assistir aos filmes que vieram do outro lado do mundo e antes de julgar, condenar ou menosprezar a realidade daquele povo vamos ver o quanto não temos que fazer de faxina em nossa própria casa.<br /><br />Filmes que vi:<br /><br />Como essa semana que passou eu vi um monte de filmes e fiquei com vontade de escrever sobre eles, resolvi fazer um resumão como costumava fazer no inicio desse blog.<br /><br />Velocidad Funda al Olvido - Filme argentino, mais um que aparentemente procura passar a limpo os tempos da ditadura, não é ruim, mas às vezes um pouco confuso, nem sempre ele deixa claro qual caminho quer seguir e o protagonista não tem empatia suficiente, diferente da personagem da garota espanhola que o ajuda em sua via-crúcis a procura de sua mãe na Espanha, ela consegue roubar a maioria das cenas.</div><div align="justify"><br />Dia dos Namorados Macabros 3D- A Tecnologia 3D é interessante, mas só isso não resolverá a fuga do público do cinema, ou investem em bons roteiros ou o 3D será apenas um paliativo de efeito curto, vale lembrar que esse efeito já tinha sido usado de forma mais precária nas décadas de 50 e 80 e parece gostar de ressurgir de tempos em tempos como o Jason( que aliás também teve seu filme 3D em Sexta Feira 13 parte 3). Revi também o Dia dos Namorados Macabro original de 1981, é um dos bons produtos slasher da época. A história? Alguém se importa? </div><div align="justify"><br />Motivos Para no Enamorar-se - Outro filme argentino, estava tendo uma mostra no Espaço HSBC em São Paulo, garota com problemas em se relacionar com os homens se envolve com cara com mais que o dobro de sua idade, nossos hermanos mostram que sabem fazer uma boa comédia romântica, é um filme leve e divertido mas não é raso como um filme da Meg Ryan.</div><div align="justify"><br />Quem Quer Ser um Milionário? - Esse todo mundo sabe qual é, o ganhador do Oscar desse ano, uma celebração do cinema de Bollywood, dirigido pelo moderninho e eclético (vou usar essa palavra mesmo não gostando dela) Danny Boyle, diferente da maioria eu gosto das obras Hollywoodianas do Boyle, “A Praia” não é o lixo todo que pregam e “Por Uma Vida Menos Ordinária” é um filme bem divertido, mas reconheço que ficam bem aquém dos geniais “Trainspotting” e “Cova Rasa” seus filmes anglicanos mais famosos e foi só ele volta a filmar na Europa para nos dar outro trabalho excelente com “Extermínio”. Esse seu novo filme tem todos os elementos já conhecidos do diretor, edição ágil, trilha sonora bacana e um personagem principal que come o pão que o diabo amassou. Se não é seu melhor filme pelo menos serviu pra seu trabalho ser reconhecido pelo Oscar.<br /></div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-57282327113350401382009-03-18T21:35:00.000-07:002009-03-18T21:45:23.232-07:00JCVD<div align="justify">O que esperar de um filme de Jean Claude Van Damme?Explosões, Pancadaria, más atuações? O baixinho belga, contrariando a tradição de filmes artísticos do continente europeu, fez sua fama atuando como herói em filmes Hollywoodianos de baixo orçamento cujos principais atrativos eram as lutas. “O Grande Dragão Branco”, ”Duplo Impacto”, “Retroceder Nunca, Render se Jamais” foram responsáveis por inscrever seu nome no hall dos grandes nomes dos filmes de ação dos anos 80 e 90, junto com Schwarzenegger, Stallone, Bruce Willis e Steven Seagal. O ator chegou a trabalhar no primeiro filme em Hollywood do grande mestre de ação de Hong Kong, John Woo, com o um pouco decepcionante “O Alvo”. O problema é que enquanto os três primeiros atores citados deram um jeito de não serem esquecidos, seja seguindo carreira política (Schwarzenegger) ou tentando seguir carreira mais séria (Bruce Willis), Van Damme, talvez por não ter uma visão muito de futuro ou por falta de talento artístico mesmo, acabou se restringindo a certo tipo de papel que perdeu espaço na entrada do novo milênio, o do exército de um homem só. Claro que ele não está sozinho, Steven Seagal, Dolph Lundgren, Chuck Norris e outros atores de filmes de ação também foram pelo mesmo caminho. O certo é que há mais ou menos uns 10 anos Van Damme não vem fazendo nenhum papel memorável e a maioria de seus filmes tem sido lançados diretamente no mercado de vídeo, se não me engano desde o distante ano de 1999 com “Inferno”, em que contracena com o saudoso Pat ‘Karate Kid’ Morita, nenhum de seus filmes foram lançados no cinema aqui no Brasil, daí em diante foi sempre ladeira abaixo, tendo inclusive protagonizado uma cena constrangedora aqui no Brasil ao participar do programa “Domingo Legal” usando uma calça apertada, ficou excitado com os rebolados de Gretchen e o resultado vocês podem imaginar. Vale destacar que as salas de cinema não vinham perdendo grande coisa esse tempo todo, caso algum corajoso queira conferir, as obras- primas Replicante, Hell e A Irmandade são muito fáceis de serem encontradas nas locadoras.</div><div align="justify"><br />O caso é que o ator finalmente percebeu que sua carreira tinha ido pelo ralo e resolveu fazer esse filme intitulado JCVD, uma falsa autobiografia, que deve ter servido para que Jean-Claude Camille François Van Varenberg, mais conhecido como Jean Claude Van Damme, ou simplesmente Van Damme exorcisasse alguns fantasmas. Uso de drogas, decadencia, baixa qualidade de sua filmografia, talvez alguma coisa com seu país de origem, problemas familiares ele não se exime de expor nada de sua trajetória. A história gira em torno de Van Damme, desta vez não um personagem, mas ele mesmo, um ator decadente, cansado, se humilhando para conseguir um papel e lutando na justiça pela guarda de sua filha, um dia ele vai em uma agencia do correio e acaba se tornando refém em um assalto. Daí pensamos: agora ele vai mostrar tudo que ele conhece de artes marciais e vai salvar o dia. Nada disso, ele não pratica nenhum ato de heroísmo, por um engano a policia acredita que ele é um dos assaltantes pois por ser conhecido ele é que intermedia as negociações entre policia e criminosos. Para mostrar que nao e só mais um filme de Van Damme ele chega a se aproveitar da situação para extorquir dinheiro para pagar seus advogados o que lhe destina um fim inglório. Mesmo com todo esse drama o filme tem algumas cenas de humor como a que o advogado da mãe de sua filha começa a listar os tipos de mortes que ocorrem em seus filmes e quando ele descobre que um dos papeis que ele estava batalhando foi passado ao Steven Seagal já que esse tinha concordado em cortar o rabo de cavalo. Enquanto assistia me lembrei de um outro filme: Filho de Chucky onde Jennifer Tilly também faz seu próprio papel e não tem medo de se auto parodiar aparecendo como uma “atriz que foi indicada ao Oscar e que agora tem que se contentar em transar com um boneco”, não lembro de outros filmes que sigam esse rumo já que é mais comum atores fazerem uma avaliação de sua carreira com algum personagem de ficção e não interpretando a eles mesmo.</div><div align="justify"><br />JCVD é provavelmente o filme do astro com menos cenas de ação, ele chega a fazer um monologo de uns 6 minutos onde comenta os aspectos negativos de sua carreira, Van Damme aparece aqui de alma lavada, alguém que cometeu muitos erros na vida mas que apenas quer seguir sua vida e fazer seus filmes, talvez seja uma oportunidade para a reinvenção do ator que já foi conhecido como “Os Musculos de Bruxelas” e acreditem se quiser, teve que escolher entre seguir carreira em filmes de karatê ou em uma companhia de balé, ninguém espera que ele esteja na próxima montagem de Hamlet de algum teatro londrino, mas Robert Downey Jr e Mickey Rourke estão aí para mostrar que com boa vontade um ator pode recuperar o tempo perdido. Mesmo que esses dois atores tenham talento muito superior a Van Damme nada impede que trabalho com bons diretores e melhores roteiros possa torna-lo um ator mais respeitado na indústria. Quem sabe o grande ressuscitador de carreiras, Quentin Tarantino , não possa resgata-lo do limbo dos astros esquecidos como fez com Pam Grier, Robert Foster e John Travolta. Não custa sonhar, não é?<br /><br /><br />Por onde andam os astros de ação dos anos 80 e 90?<br />Sylvester Stallone – Franquias: Rambo (6 filmes), Rocky (4 filmes). Depois de um período de vacas magras acabou conseguindo sucesso reencarnando seus principais personagens, Rocky e Rambo, e até que teve bons resultados. Trabalha em um projeto intitulado “Os Mercenários” que reuniria os grandes astros de ação e que inclusive, Van Damme se recusou a participar por ter achado o projeto muito comercial. Esse filme terá cenas no Brasil e parece que uma atriz brasileira irá participar.</div><div align="justify"><br />Arnold Schwarzenegger – Franquias: Exterminador do Futuro(3 filmes), Conan(2 filmes). Hoje é governador da California. No cinema só participações como em Mercenários, onde aparece como ele mesmo em uma ponta. Recusou participar de Exterminador do Futuro IV para não atrapalhar suas obrigações como governador. Conan também está sendo refilmado mas ele não está envolvido.</div><div align="justify"><br />Bruce Willis – Franquia : Duro de Matar (4 filmes). Esse é fácil, conseguiu se firmar como ator sério e sabe combinar filmes comerciais como a quarta sequencia de Duro de Matar com escolhas mais criteriosas como Nação Fast Food ou Sin City.</div><div align="justify"><br />Steven Seagal – Franquia: Força em Alerta(2 filmes). Continua fazendo seus filminhos, nada de muito significativo, anda precisando de uma renovada também. Segundo o Wikipédia ele também é ativista de temas ambientais.</div><div align="justify"><br />Chuck Norris – Franquia: Braddock(3 filmes) e o seriado Walker Texas Ranger(9 incríveis temporadas). Um texto o reverenciando por sua indestrutibilidade é hit na internet, e sua série Texas Ranger ainda costuma ser reprisada até hoje em vários canais, mas o ator também também não está com essa bola toda, tanto que não foi nem cotado para o novo Braddock.</div><div align="justify"><br />Christopher Lambert – Franquia: Highlander(4 filmes) e A Fortaleza(2 filmes). Sempre foi um ator um pouco mais versátil que os demais. Esteve recentemente em “O Fim do Mundo” do diretor de Donnie Darko, Richard Kelly.</div><div align="justify"><br />Lorenzo Lamas – Franquia: Esquadrão Cobra (3 filmes) e o seriado Renegado(5 Temporadas)O Único que tinha pais famosos, filho do argentino Fernando Lamas, galã latino em vários filmes de Hollywood e da atriz Arlene Dahl ele começou seguindo outro rumo com um personagem praticamente sem falas mas com alguma relevancia em Grease e como galã da Soap Opera Falcon Crest(uma daquelas novelas americanas interminaveis), mas depois que descobriu que tinha futuro como ator de ação ele não largou mais. Segundo o IMDB seu próximo filme tem o sugestivo título de Mega Shark vs. Giant Octopus, apesar da megalomania do titulo não esperem muita coisa.</div><div align="justify"><br />Dolph Lundgren – Não encabeçou nenhuma franquia e ficou mais conhecido pelos papeis de vilão em Rocky IV e Soldado Universal. Poderia ter encabeçado uma franquia se os filmes Mestres do universo, adaptação do desenho do He-Man ou O Justiceiro, adaptação de um história em quadrinhos que foi recentemente readaptada, não fossem tão podreiras. Está no filme do Stallone que citei e recentemente numa pesquisa relevantíssima descobriu se que é o ator que mais matou pessoas em filmes, num total de 662. Desbancou todos os candidatos acima.<br /><br />Esses eram os mais importantes e os mais fáceis de achar informações na net. Para não me chamarem de machista ainda tentei descobrir o paradeiro de Cynthia Rothrock, o único nome feminino de filmes de ação que me veio a cabeça. Mas não descobri. Quem quiser ajudar.<br /><br /><br /><br /> </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-2895513943621787472008-07-27T12:19:00.000-07:002008-11-12T14:34:42.773-08:00Cinderela Baiana<div align="justify">Carla Perez apareceu para o cenário nacional dançando no grupo Gera Samba, um grupo que não parecia ser nada mais do que mais um das centenas que a Bahia produz todo ano pros carnavais, e não era mesmo, porém a indústria fonográfica vendo cheiro de dinheiro resolveu trazer alguns desses grupos para as luzes da ribalta e nessa época a TV foi invadida por grupos como Companhia do Pagode, Gera Samba entre outros. O forte dessas bandas eram músicas descartáveis e erotizantes geralmente com duplo sentido como "Boquinha da Garrafa", "É o Tchan", "Dança do Bumbum" e por aí vai. Além dos “cantores” eram compostos sempre por dançarinas de shorts minúsculos e Carla Perez era apenas mais uma delas que sabe se lá por qual motivo foi alçada a condição de "estrela". Se destacando mais do que o restante do grupo resolveu sair para tentar a sorte em outras empreitadas, não sem antes o grupo promover um concurso para a escolha da nova loira do Tchan em rede nacional no programa do Faustão.<br /><br />Ela até conseguiu emplacar um ou outro projeto, um deles foi um programa de televisão onde disse que escola se escrevia com i, mas seu mais inusitado trabalho foi protagonizar um filme que entrou para os anais da produção nacional, sabe se lá quem foi o esperto que achou que ela podia atuar no cinema e convocou o diretor Conrado Sanchez para dirigi-la, diretor com um currículo invejável diga se de passagem, sua página do IMDB parece mais uma folha corrida de delegacia com títulos como "A menina e o Cavalo", "A menina e o estuprador" e "Como afogar o ganso". Sobre o filme, intitulado Cinderela Baiana, conta a história de uma garota pobre do sertão cujo pai muda pra Salvador para trabalhar em um escritório de contabilidade. O filme se divide em duas fases, a primeira lembra um "Vidas Secas" mal dirigido ou um "Dois Filhos de Francisco" com orçamento menor, que me desculpem os responsáveis por esses filmes pela comparação. Acompanhamos a infância da garota correndo atrás para ganhar uns trocados tapando buracos pros motoristas na estrada, sua mãe está doente e seu pai tem que ir pra cidade trabalhar, ela adora dançar e não pode ouvir uma música que começa a requebrar, mas ainda tem que ajudar a mãe a tentar conseguir esmolas para comer. A cena mais dramática (ou pelo menos é o que tentaram passar) se dá quando a mãe tem a pá destruída por um garoto maldoso e grita um não sentido que ecoa por toda a cidade. Sabe se lá se por isso ou por qual motivo que o filme não explica logo depois o pai chega em casa e encontra o velório da mãe. Diante do corpo da mulher ele jura que fará da garota alguém de quem ela irá se orgulhar, será que ela teria orgulho de ver a filha posando pra Playboy e mostrando a Bunda em rede nacional?<br /><br />Daí o filme entra em sua segunda fase, quando já na cidade e crescida Carla mora em uma favela com casas de pau a pique e seu pai está se dando bem no emprego, aliás, ele só pode ser um exemplo de que quem luta consegue chegar lá já que começa como continuo e termina o filme como dono do escritório de Contabilidade, nessa segunda fase aparecem os dois únicos atores conhecidos do filme e talvez os dois únicos que possam levar o nome de atores já que a interpretação dos demais parece teatrinho de colégio, Perry Sales que provavelmente estava em decadência e precisando pagar o aluguel faz o empresário picareta que descobre a menina. E pensar que o cara já fez novelas na Globo e foi casado com Vera Fischer em tempos melhores. O outro ator conhecido é Lazaro Ramos que estava em inicio de carreira, quando trabalhar em cinema sério e na Vênus Platinada devia ser apenas mais um sonho. Ele faz o malandro boa praça que ajuda a garota quando ela mais precisava, lembra até de leve seu personagem mais famoso, Foguinho da novela "Cobras e Lagartos”. Claro que hoje em dia deve corar quando comentam sobre esse trabalho. O filme ainda conta com Alexandre Pires, do grupo Só pra Contrariar, na época namorado da dançarina, o pagodeiro totalmente sem naturalidade ainda protagoniza uma das cenas de luta mais falsas que já vi, mas para quem já cantou e chorou de emoção diante de George W. Bush esse filme é uma vergonha menor.<br /><br />Mostrando uma Bahia onde todo lugar só tem rodas de dança, capoeira e Macumba o filme parece um grande clip, e não posso dizer que é o pior filme nacional porque Xuxa e Didi costumam produzir porcarias no mesmo nível, o problema é que esses dois já possuem um tempo de estrada e ela era apenas mais um desses sucessos de verão com data de validade limitada, tanto que hoje em dia já está indo pro limbo do esquecimento, se tornou apenas mais uma participante de programas de domingo à tarde. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-76134243146941183862008-05-25T15:11:00.000-07:002008-05-25T15:12:57.610-07:00Fortaleza Digital<div align="justify">Até hoje não li “Código da Vinci”, nem sei bem porque, talvez porque na época do hype eu não andava com muito tempo para dedicar a livro ou talvez porque nunca tenha ficado muito empolgado, o fato é que o tempo passou, acabaram fazendo a versão para o cinema, daí vi o filme e não achei tão grande coisa e mesmo sabendo que livros e filmes geralmente são diferentes (que o diga Hitchcock e sua teoria que livros ruins podem gerar excelentes filmes) acabei não tendo urgência em conhecer a obra. Esses dias porém, calhou de outro livro de Dan Brown cair em minhas mãos, no caso “Fortaleza Digital”, a história gira em torno de uma agencia de segurança do governo americano (NSA) que tem como principio espionar as correspondências eletrônicas da população para descobrir planos terroristas ou de sabotagem. O problema é que um ex- agente insatisfeito com a quebra de privacidade que isso pode gerar cria um código de encriptação que o supercomputador da agencia não consegue decifrar, daí começa uma trama batida, cheia de reviravoltas previsíveis e coincidências inverossímeis em que o autor parece não ter o mínimo constrangimento em copiar Sidney Sheldon.<br /><br />Olhemos o festival de obviedades, Susan a protagonista é a bonita e inteligente chefa do Departamento de Criptografia da NSA que diante de uma chamada urgente de seu chefe vai a agencia no seu dia de folga para que possam tentar desvendar o código. Enquanto isso seu namorado David é enviado a Espanha para encontrar um anel que o ex agente cujo nome era Tankado usava quando foi morto por lá e em que provavelmente consta a chave para o mistério, não precisa ser um gênio para prever que esse anel irá passar de mão em mão e que David acabará descobrindo uma por uma dessas pessoas, aí é que a trama fica extremamente parecida com um livro de Sheldon intitulado “Juízo Final” em que um detetive roda a Europa para descobrir as pessoas que foram testemunhas da queda de um suposto balão metereologico, sem nenhuma pista inicial ele tem que descobrir quem são essas pessoas e onde vivem já que as testemunhas estavam em um ônibus turístico, acontece que outros agentes foram enviados sem que ele soubesse para eliminar essas testemunhas assim que ele as encontrasse até que o próprio detetive passa a ser o alvo, o mesmo acontece com David, a medida que ele vai encontrado as pessoas por quem o anel passou essas pessoas vão sendo mortas uma a uma pelo mesmo assassino que deu fim a Tankado e findo o trabalho esse passa a caçar David, se a originalidade parece pouca acrescente o fato que - a partir daqui tem spoiler, só continue se não se importar em estragar a dita surpresa – quem enviou David é o mandante dos crimes da mesma forma que no livro do meu xará.<br /><br />Outro problema do livro é de querer colocar a quebra da privacidade das pessoas como algo necessário e que as pessoas da agencia só o fazem para proteger o mundo. Como o próprio Tankado diz se eles são os guardiões “quem guardará os guardiões?” No fim o código é descoberto apenas alguns segundos antes do programa de Tankado liberar todos os segredos da agencia pros Hackers do mundo, todos ficam felizes e ainda temos tempo para mais uma descoberta que não muda nada na história e parece ter sido adicionada apenas para não acabar tudo de forma tão chocha. Trama rasa, personagens de pouco carisma, red shirts*e citações cientificas para dar mais charme (o autor é bom em pesquisa) esses são os ingredientes de “Fortaleza Digital” que se fosse um filme provavelmente seria programado pro Supercine, creio que Código da Vinci siga o mesmo rumo e só ficou tão famoso por mexer com um tema tabu, no caso religião.<br /><br /><br />* Red Shirts – Personagens que aparecem em séries apenas com a função de morrer, o termo se originou da série Jornada nas Estrelas onde esses personagens usavam camisa vermelha.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-39016342097753238142008-05-24T18:45:00.001-07:002008-05-24T18:50:53.808-07:00Eleições 1989<div align="justify">As eleições de 1989 foram um marco, as primeiras eleições diretas para presidente após a redemocratização ficaram marcadas por ter uma enxurrada de candidatos, 22, e dizem ter sido a eleição que a Globo decidiu. Explica-se, acusam a Globo de ter sido favorável a Fernando Collor, inclusive mostrando no Jornal Nacional as piores partes de Lula (sim, ele já era candidato nessa época) e as melhores do candidato alagoano no debate organizado em conjunto pelas emissoras de TV, outras denuncias viam más intenções nas novelas da época como “Salvador da Pátria”, em que Lima Duarte vivia Sassá Mutema, um cara simples e bem intencionado que se tornava político, mas por sua ingenuidade era manipulado por pessoas inescrupulosas, os petistas diziam que Sassá Mutema seria uma referencia a Lula e o que aconteceria caso ele se elegesse, o fato é que os candidatos das outras coligações também achavam que o personagem lembrava o Lula, mas Sassá Mutema era um personagem simpático e a referencia ao candidato seria positiva, até porque os telespectadores não tinham essa malicia toda para interpretar o enredo, houve reclamação e a emissora teve que fazer algumas mudanças no enredo. Em outra novela intitulada “Que Rei Sou Eu?”, Jean Pierre (Edson Celulari), herdeiro do trono do reino de Avilan, tem que lutar contra os poderosos para conquistar o trono que é seu por direito e que havia sido entregue a um mendigo hipnotizado por Ravengar(Antonio Abujamra), mago da corte, dizem que o personagem seria a personificação de Collor que se autoproclamava Caçador de Marajás, uma campanha subliminar ao candidato. A emissora até hoje nega todas as acusações, obviamente, mas o que se sabe é que se na época a Globo ainda conseguia influenciar em alguma coisa, hoje em dia ela tem bem menos força política, pois a concorrência de outras emissoras é mais significativa e as pessoas estão bem mais informadas e instruídas (o que não impede a eleição de Clodovil e Frank Aguiar, mas isso é outra história).<br /><br />Visto assim de longe, através de vídeos no youtube aquelas eleições mais pareciam um circo de horrores, tinha todo tipo de maluco, um tal de Marronzinho que deixava Enéas no chinelo em matéria de bizarrice e se a vitória de Collor não foi algo muito agradável, resta o consolo de que uma eleição com Ronaldo Caiado(meu conterrâneo, infelizmente), Paulo Maluf e Afif como candidatos poderia ter um resultado muito pior. Até Silvio Santos tentou de tudo para se candidatar naquela época, comprou a candidatura de um pastor e, como as cédulas já estavam impressas ficava explicando no horário eleitoral que quem quisesse votar nele tinha que marcar no nome do outro candidato, bons tempos aqueles, se ele ganhasse muito provavelmente teriamos Hebe Camargo, Ronald Golias e Gugu Liberato em ministérios e o SBT seria porta voz do presidente, como sua candidatura foi impugnada a Globo fez esse papel até que o “caçador de marajás” começou a afundar no mar de lama de seu governo.<br /><br />Eu tinha 8 anos na época e não entendia grandes coisas de política, prova disso é que eu torcia por Fernando Collor de Melo, a imagem do sapo barbudo era meio assustadora para uma criança daquela idade, na verdade eu queria mais era que o horário político acabasse logo para ver a novela até porque eu ainda não votava. Dei uma pesquisada para descobrir o que esse pessoal (os candidatos da época) anda fazendo hoje em dia.<br /><br />Eleições 1989<br />Fernando Collor de Mello-É senador por Alagoas<br /><br />Luiz Inácio Lula da Silva-Atual Presidente da República<br /><br />Leonel Brizola – Faleceu em 21 de junho de 2004 de insuficiência respiratória<br /><br />Mario Covas – Faleceu em seis de março de 2002, de câncer na bexiga.<br /><br />Paulo Maluf - Responde por vários processos, mas continua ganhando eleições. Hoje em dia é deputado federal por São Paulo.<br /><br />Guilherme Afif Domingos – Foi derrotado por Suplicy na eleição pro Senado em 2006, atualmente é Secretario do Trabalho e Emprego de São Paulo.<br /><br />Ulysses Guimarães – Morreu em acidente de helicóptero em 1992.<br /><br />Roberto Freire – Atua como Presidente Nacional do PPS e é primeiro - suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)<br /><br />Aureliano Chaves – Faleceu em 1° de maio de 2003 de falência múltipla dos órgãos.<br /><br />Ronaldo Caiado – Deputado Federal por Goiás.<br /><br />Affonso Camargo – Deputado Federal pelo Paraná<br /><br />Enéas – Faleceu em 2007 de Leucemia<br /><br />Marronzinho – Se tornou evangélico, edita um jornal on-line e hoje atende como Jamo Little Brown<br /><br />P.G. - Portador de Esclerose Lateral Amiotrofica, faleceu em 20 de junho de 2002.<br /><br />Zamir – Até onde consegui apurar continua atuando como empresário em Campo Mourão – PR e andou fazendo alguns investimentos no Acre.<br /><br />Lívia Maria-Em 2006 entrou com representação junto com o seu partido PHS contra o PSOL e sua candidata a presidente Heloisa Helena por essa ter se intitulado primeira candidata mulher, não conseguiu o direito de resposta solicitado.<br /><br />Eudes Mattar – É especialista em sustentabilidade, vive de palestras e das aulas na Universidade Santa Ursula no RJ.<br /><br />Fernando Gabeira – Deputado Federal pelo PV-RJ<br /><br />Celso Brant – Faleceu em 24 de abril de 2004<br /><br />Pedreira – Apareceu em 2005 durante os escândalos dos Correios como interlocutor de Mauricio Marinho e esteve na briga para sair candidato pelo PMDB nas eleições de 2006.<br /><br />Manuel Horta – Ninguém sabe ninguém viu, agradeço se alguém tiver alguma informação relevante.<br /><br />Candidatos cujas eleições foram invalidadas<br /><br />Armando Correa – Outro que não se tem mais noticias, era pastor e se não morreu deve estar nesse mesmo caminho.<br /><br />Silvio Santos – É dono da (por enquanto) segunda emissora em audiência do país e se diverte mudando sua programação ao seu bel prazer, além disse é dono de bancos e diversos outros empreendimentos.<br /><br /><br /><br /></div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-52214643263714981122008-05-17T14:41:00.000-07:002008-05-17T14:42:31.075-07:00Bulliyng<div align="justify">Carrie, A Estranha, filme que revi hoje deveria ser louvado tanto por ser um excelente filme de terror quanto por tratar de um assunto que talvez devesse uma maior atenção da mídia, o buliyng que, para quem não sabe, são agressões físicas e psicológicas que algumas crianças impõem a outras por algum motivo que torna os segundos diferentes dos primeiros, as agressões podem ser por diversos motivos, a criança ser mais fraca, mais gorda, mais feia, usar óculos ou aparelhos ortodônticos, ter alguma deficiência física entre outros. O caso é sério e pode estar entre os motivadores dos massacres ocorridos em escolas americanas como o que ocorreu em Columbine, enquanto Hollywood parece querer vender a imagem de que os tempos de escola são anos dourados para todos os alunos, sempre é bom lembrar daqueles que passam o primário e o colegial como excluídos.<br /><br />Falo por experiência própria, sempre fui um menino fraco e raquítico, e estudava em uma escola tipicamente suburbana com garotos de todo tipo, tenho um ex- colega que até matou uma garota alguns anos depois, sofri todo tipo de humilhação e apanhei muito, pois nunca fui muito bom em defesa pessoal, na época tinha vontade de ter poderes para poder me vingar de um por um como fez a Carrie, como Deus não me deu o dom da telecinese acabei não podendo por meus planos em prática, também já tive ganas de matar um garoto que me provocou certa vez, até planejei como faria para envenenar seu lanche, por sorte eu nunca fui um garoto de muita ação, sempre protelei as coisas e isso salvou a vida do rapaz já que com o tempo a raiva passava e eu acabava deixando pra lá. O fato é que nenhuma criança desperdiça a oportunidade de poder abusar dos mais fracos, até eu nunca me constrangi em passar de vitima a algoz quando tinha oportunidade de humilhar os poucos que eram ainda mais fracos que eu, e esses também abusavam quando traziam primos e irmãos para se vingar, tudo corria em um circulo vicioso.<br /><br /> No fim o que parece ser uma bobagem que deve ser cuidado entre os próprios garotos pode trazer seqüelas muitas vezes irreversíveis, tanto para vitimas quanto para “carrascos”. Os primeiros podem crescer com complexo de inferioridade e necessidade de aceitação que os torna adultos limitados e pouco críticos, se isso não parece ser grandes coisas em alguns casos mais graves podem cair em depressão, cometer suicídio ou materializar algum desejo de vingança que dificilmente se dá da forma idealizada e até divertida que vemos em filmes adolescentes. Entre os ditos “carrascos” creio que assassinato de índios, espancamento de empregadas e agressões a travestis podem servir de exemplo do que essas pessoas podem fazer quando se tornarem adultas. Hoje em dia já tenho um relacionamento normal com a maioria dos que me tiranizavam na época, porém sei que não são todas as crianças que conseguem amadurecer o bastante para passar essa página de sua vida e isso pode ter conseqüências trágicas. Mesmo não guardando grandes mágoas sei que muito da minha personalidade está intimamente ligado a esse passado, a dificuldade em olhar nos olhos das pessoas, a necessidade de ser aceito, desconfiança das verdadeiras intenções de quem se aproxima querendo ser meu amigo e individualismo são algumas das características que ganhei de herança disso.<br /><br /><br />Alguns filmes interessantes sobre o assunto:<br /><br />Carrie – A Estranha de Brian de Palma-Tendo sido o motivador para o desenvolvimento desse texto o filme(baseado em um romance de Stephen King) mostra uma garota que possue poderes paranormais, ela até tenta se encaixar na turma, mas as garotas a excluem e o fato de viver com uma mãe fanática religiosa não ajuda muito. Depois de ser humilhada no baile da escola ela acaba matando a todos que estão no salão. Extremista? Talvez. Mas não tenho como mentir que sinto certo prazer em vê-la fazendo o carro do John Travolta e sua namorada(autores da armação contra Carrie) dar várias voltas e explodir logo a frente.<br /><br />Elefante de Gus Van Sant - Inspirado nos muito comuns massacres em escolas norte americanas esse filme mostra de forma quase documental um dia de vários estudantes em uma escola que seria em breve vitima de um desses ataques que tanta comoção causam. Sem julgamentos o diretor vai mostrando todos os personagens, inclusive os assassinos (nerds que vivem sendo atormentados por outros colegas), e deixa livre para cada um tirar suas conclusões sobre o que aconteceu. A cena do Freezer também me deixou um pouco com a alma lavada.<br /><br />Bem vindo à casa de Bonecas – de Todd Solondz. Um filme difícil de ser encontrado, nunca foi lançado em DVD por aqui e eu só vi há muitos anos atrás na madrugada da Globo. Basicamente, mostra a vida de uma garota feia e desajeitada que é humilhada por todos e que tem como único amigo outro garoto que também é desprezado na escola, os dois não se preocupam em humilhar um ao outro sempre que têm oportunidade. O filme não é engraçado como pode parecer, é na verdade bem ácido como todos os filmes de Solondz e não se importa em mostrar que crianças dificilmente são fofinhas e sociáveis como nos filmes, na verdade elas são bem cruéis.<br /> </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-56664130596873572872008-05-03T17:39:00.002-07:002015-08-23T18:43:11.184-07:00Julgando um Livro pela Orelha e Outro pelo Conteúdo.<div align="justify">
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Essa semana li ”A Indústria do Holocausto” de Norman G. Finkelstein e tinha em mente escrever minhas considerações sobre a obra, porém ontem, de bobeira na Livraria Saraiva passei por um livro intitulado "A Volta do Idiota" de Plínio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa, prólogo de Mário Vargas Llosa como bônus, o nome de Llosa envolvido em algo de teor político nunca é um bom sinal, mas como não acho correto julgar o livro pela capa, mesmo que seja uma capa sensacionalista onde aparecem os rostos de lideres sul americanos em peças de quebra cabeças, resolvi dar uma folheada, na orelha do livro um artigo que Álvaro Llosa (que provavelmente tem algum parentesco com o autor peruano do prólogo) escreveu pra Revista Veja (ótimas referencias tem nosso amigo, hem) não me decepcionou, todas as pérolas da direita neoliberal estavam naquele simples artigo, até fico curioso pra saber como conseguiram completar um livro de 240 páginas, já que a orelha por si só consegue contemplar a maioria dos argumentos toscos que estamos cansados de ouvir desse tipo de gente, como não devemos subestimar idiotas (sem trocadilhos) provavelmente eles devem ter um monte de novas estatísticas forjadas e manipuladas para convencer incautos sobre as vantagens das economias de mercado e do bem que as privatizações podem fazer aos países latinos americanos, estão aí as privatizações de FHC que não os deixam mentir, não é verdade? Daí me bateu a dúvida: escrever sobre o livro do Finkelstein? Sobre esse outro livro que nem li? A respeito dos dois? ou sobre o filme da Hannah Montana? Resolvi então escrever só um texto para os dois livros e assim não ficar parecendo que sou monotemático, escrevendo duas vezes sobre livros, mesmo que livros diferentes. Até porque pretendo falar sobre o paradeiro dos candidatos das eleições de 1989 da próxima vez que me lembrar que tenho um blog.<br />
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Comecemos então sobre a orelha de "A Volta do Idiota", digo logo que não sou um desses entusiastas de Chavez e da maioria desses populistas da América Latina, considero suas políticas insuficientes e detesto governos que se pautam pelo personalismo, pois isso sempre foi desculpa para tiranos se apossarem da cadeira presidencial e de lá não tirar a bunda, porém o que critico no artigo são a má fé e a desonestidade intelectual de culpar esses governantes por problemas que não foram eles que criaram e que em sua maioria tem como principal responsável governos antecessores que usavam, quase sempre, um verniz democrático, mas nunca se constrangeram em usar a truculência quando era necessário reprimir revoltas ou esmagar adversários. Veja o exemplo da Venezuela, o que os governos anteriores a Chavez fizeram para atender as demandas da parte miserável da população que nunca foi pequena? Quem viu "A Revolução não Será Televisionada" sabe que igualdade social e distribuição de renda nunca fizeram parte do vocabulário da elite venezuelana, que derrubar Chavez atende apenas a interesse em restaurar o poder aos burocratas do petróleo que sempre se refestelaram com as mamatas governamentais e agora choram essa perda. O autor do artigo tem o displante de acusar esses governantes de serem responsáveis por entre outros a fuga em massa de pessoas pra América do Norte em busca de subempregos e pela pobreza da população, como se ambos fossem fenômenos novos e que pessoas não morressem há décadas tentando entrar nos Estados Unidos ilegalmente para viver o sonho americano e como se antes desses governos ditos de esquerda a fartura e prosperidade fossem comuns na Bolívia, Venezuela, Peru e outros países do lado de cá.<br />
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Llosa começa o artigo dizendo o seguinte:<br />
<em>"Durante o século XX, os líderes populistas da América Latina levantaram bandeiras marxistas, praguejaram contra o imperialismo e prometeram tirar seus povos da pobreza. Sem exceção, todas essas políticas e ideologias fracassaram, o que levou ao recuo dos homens fortes. Agora, uma nova geração de revolucionários tenta ressuscitar os métodos ineficazes de seus antecessores."</em>Faltou, porém, apontar os bem sucedidos exemplos de governos de direita e por fim faltou citar exemplos, além de Cuba, em que foram implantadas essas políticas de bandeira marxista. Pelo que sei a América Latina conviveu quase a totalidade do século XX com políticos de direita, mesmo outros “pai dos pobres” como Getúlio Vargas e Perón eram conservadores e sua fama advém apenas de políticas assistencialistas, nos poucos casos em que governantes de esquerda conseguiram algum destaque a CIA foi muito eficaz em seus planos para tirá-los do poder e colocar tiranos sanguinários no lugar, sendo que Salvador Allende do Chile sendo assassinado em pleno palácio presidencial para ser substituído pelo “dócil” Augusto Pinochet (3200 é o número de mortos e desaparecidos durante seu governo segundo institutos de direitos humanos) é o caso mais emblemático.<br />
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Quanto à "Indústria do Holocausto" foi uma grata surpresa descobrir que eu não estava sendo injusto quando desconfiava que judeus capitalizam em cima do Holocausto. Já estava cansado de filmes, livros, reportagens todo tempo nos lembrando do martírio do pobre povo descendente de Abraão nos campos de extermínio de Hitler, enquanto que outros massacres são esquecidos ou ignorados, Finkelstein não é nenhum neonazista idiota ou um revisionista limitado como se poderia esperar, mas alguém cuja família foi quase toda exterminada em campos de concentração, ele não nega o holocausto, o que ele critica é a forma sensacionalista como fazem sua memória. Ressalta que as indenizações, conseguidas através de chantagem contra banqueiros suíços e industriais alemães, apesar de justas são inflacionadas e não estão indo para o bolso de quem deveria (ou seja, as vitimas) mas para organizações judaicas que não costumam ter pressa em distribuir todas essas fortunas, apenas em gastar com museus, monumentos e pagamentos de honorários a seus colaboradores, questiona ainda o fato dos Estados Unidos terem boa vontade em apoiar os judeus em suas ações mas não possuem o mesmo ímpeto para indenizar as vitimas da escravidão, os índios que tiveram antepassados dizimados durante a conquista do oeste, reconstruir paises que foram destruídos em suas guerras ou ainda devolver a esses mesmos judeus dinheiro da época do holocausto que ficaram perdidos em seus bancos.<br />
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O autor utiliza se de dados em sua maioria com fontes nos rodapés do livro para provar que a indústria do holocausto transformou o sofrimento de milhões de vitimas inocentes em uma ideologia que serve para justificar a perseguição contra os palestinos e que procura transformar o evento em “O Holocausto” minimizando todos os outros genocídios que já ocorreram e ainda ocorrem e esquecendo que não só eles sofreram perseguição de Hitler, além deles, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová e todas as raças fora dos padrões dos nazistas foram levados a campos de concentração. As criticas ao livro dizem que ele é perigoso pois pode incitar movimentos anti-semitas, mas não refutam seus argumentos. Ora, quem deve cuidar dos neonazistas é a policia, isso não impede que denúncias sejam feitas para minimizar os artifícios dos sionistas.</div>
Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-15680184886249213952008-04-24T16:38:00.001-07:002008-04-24T17:47:17.733-07:00Deixem a Isabella descansar de vez<div align="justify">Você liga a TV de manhã e o Renato Machado está anunciando que a tia de Isabella disse em depoimento que não mexeu na cena do crime, daí você pega o carro para ir ao trabalho, liga na CBN para saber como está o trânsito e lá está o Heródoto Barbeiro contando sobre a mancha de sangue que apareceu na casa da prima da vizinha da irmã do Alexandre Nardoni, chega ao trabalho e vai ler seus e-mails e na primeira página do Yahoo aparece fotos da mãe da Isabella na missa do Padre Marcelo Rossi e conhecendo o camarim da Xuxa. Hora do almoço: o cara da mesa ao lado comenta sobre o cinismo do pai e da madrasta na entrevista pro Fantástico e não deixa de dar sua opinião sobre qual pena acha que deveria ser dada àqueles "monstros” (sic). Na volta do trabalho, para não ouvir o Nonato repetindo a notícia do Heródoto, você sintoniza na Band News e o locutor está falando sobre a reconstituição que está marcada pro próximo domingo. Finalmente em casa é ligar a TV ou conectar na internet e ter mais notícias sobre a menina que caiu do prédio.<br /><br />Um país tão pacifico e sem problemas como o Brasil realmente tem que parar quando acontece um assassinato tão brutal, eu creio que se tivéssemos favelas, pessoas sendo atingidas com balas perdidas e crianças morrendo de fome aí sim iríamos falar de outro assunto mas todos sabemos que vivemos em um paraíso e quando acontece algo dessa envergadura temos que ficar indignados, fazer passeatas pela paz e encher páginas de jornais. Os jornais sempre fazem estardalhaço quando esses crimes ocorrem com os Nardonis, Richtoffens, Dell' Isollas, Friedenbachs, Otas, pessoas com sobrenomes simples e comuns que contemplam a maioria da sociedade brasileira. Se não aparece nenhum Silva ou Oliveira é porque esses sobrenomes são raros e possivelmente essas pessoas não têm passado por traumas semelhantes. Que interesse tem a história de uma mãe que matou os dois filhos negros e de classe pobre com uma moto serra no interior de São Paulo quando temos uma criança branca, de classe média alta e da capital assassinada pelo pai e pela madrasta.<br /><br />Eu não vejo a hora de encerrarem logo esse caso e voltarmos a ser a terra dos sonhos que sempre fomos.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-35324606402425143552008-04-07T19:04:00.000-07:002008-08-17T18:57:16.947-07:00Caso Daniella Perez<div align="justify">Caso Daniella Perez<br /><br />Revi no Youtube o Globo Repórter sobre o caso Daniella Perez, na época eu já tinha visto, mas desta vez pude ver com um olhar mais critico que o de pré-adolescente indignado. De inicio temos uma reportagem sobre outras mulheres que sofreram agressões graves ou foram assassinadas por maridos e namorados, o que é um ponto positivo do programa lembrar que esse tipo de coisa está acontecendo todo dia, enquanto todos só conseguem ver o caso da atriz que foi assassinada.<br /><br />No segundo bloco é que começa o horror, se anteriormente tivemos Isabela Assunção com uma reportagem bem sóbria, agora temos Marcelo Resende em sua fase pré Linha Direta, mas já com o tom sensacionalista do programa. Com pré julgamentos e fases de efeitos Marcelo já tem certeza que Guilherme de Pádua fez tudo por ser um psicopata frio e calculista, e chamando atenção para a mediocridade do ator parece querer mostrar que Guilherme agiu unicamente por inveja. Ao apresentar a versão da defesa e da acusação ele não se constrange em mostrar a segunda como a verdade final e a primeira como um delírio de uma pessoa desesperada para não ser condenada. Onde está a imparcialidade? Onde estão os questionamentos? O que a Daniella Perez fazia com seis mil dólares na bolsa? O que a levou a sair do carro? E os bilhetinhos do ator a vitima, de que se tratavam? Tudo ficou mal explicado ou sem explicação.<br /><br />Marcelo pega três blocos inteiros com suas acusações e então na quinta parte temos uma surpresa, o hoje critico do que ele chama de PIG (Partido da Imprensa Golpista, que inclui a Globo), Paulo Henrique Amorim fala sobre a repercussão internacional do caso, nada estranho pois ele trabalhava na Globo na época e era seu correspondente internacional, mas precisava defender a pena de morte de forma tão descarada? Dizer que os Estados Unidos estão mais bem preparados para lidar com essas situações parece piada, não seria isso uma das manipulações que ele tanto critica em seus blogs?<br /><br />Finalmente Ilze Scamparini, mais discreta se limitando a entrevistar as pessoas , mostra a carreira da atriz e as pessoas que conviveram com ela. A cultura popular diz que todos viram santos depois que morrem e como a Globo queria aumentar ainda mais o horror das pessoas com o crime eles não pouparam declarações que marcavam sua doçura, esforço e seus pontos positivos, exceção ao pai da atriz que não deixou de enfatizar que ela cresceu muito mimada e tinha todos os defeitos de criança mimada. Pior de tudo é a insistência em mostrá-la como uma atriz de peso que o Brasil adorava, sendo que a maioria das pessoas só foram prestar atenção nela após sua morte. Daniella havia feito alguns papeis, mas nada de muito memorável, na Globo fez Barriga de Aluguel, O Dono do Mundo e a própria De Corpo e Alma além de figuração em Kananga do Japão na Manchete, levando em conta que ela tinha um digamos assim "pistolão" não dá para ficar a colocando como a atriz batalhadora que vinha construindo uma carreira brilhante.<br /><br />Para finalizar o programa temos as palavras da mãe Glória Perez sempre com aquela fisionomia cansada de quem leva toda dor do mundo nas costas, até hoje ela parece querer nos obrigar a lembrar todo dia de seu sofrimento com esse caso e suas novelas chatas com enorme apelo popular parecem ajudá-la nessa missão.<br /><br />Por fim, o crime foi brutal e os assassinos mereceram a condenação que tiveram, fosse a Glória Perez quem decidisse a lei deveria abrir exceção pra esse caso e os assassinos serem presos em uma masmorra e a chave jogada fora, ela como mãe pode prestar a esse tipo de desabao, porém é de se questionar todo esse sensacionalismo do noticiário, tantas pessoas morrendo em hospitais e tantas pessoas sofrendo no mundo e a Globo escolhe alguém por quem o Brasil deveria chorar, alguém que morreu como tantas outras pessoas que estão até hoje injustiçadas. Claro que por ser uma pessoa (razoavelmente) conhecida seria natural a repercussão do caso, mas custa fazer uma reportagem sem manipular as emoções das pessoas? Fica o questionamento.<br /><br />Para quem quiser ver o vídeo do programa no Youtube.<br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=bJ5LojEBnPM&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=bJ5LojEBnPM&feature=related</a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=IUyBVLqxaYY&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=IUyBVLqxaYY&feature=related</a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=HYTvgif08Sg&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=HYTvgif08Sg&feature=related</a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=ojKozUFUOCs&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=ojKozUFUOCs&feature=related</a><a href="http://www.youtube.com/watch?v=jVDnvZpt-GA&feature=related"></a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=jVDnvZpt-GA&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=jVDnvZpt-GA&feature=related</a><a href="http://www.youtube.com/watch?v=c0dsOsaDt7k&feature=related"></a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=c0dsOsaDt7k&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=c0dsOsaDt7k&feature=related</a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=vfFyoT5Qgt4&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=vfFyoT5Qgt4&feature=related</a></div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-25780583885871558282008-03-30T14:02:00.000-07:002008-03-30T15:05:04.544-07:00O Fim<div align="justify">Essa semana teve fim dois programas que acompanhava na TV. O Big Brother Brasil 8 e a minissérie Queridos Amigos (sendo que o primeiro acompanhei mais por causa do segundo). E foram duas decepções, o BBB por causa dessa mania de sempre darem os prêmios a gente chata, e com isso tivemos na final uma candidata grossa como a Gyselle e o insuportável Rafinha (que ficou com o prêmio), claro que poderia ser pior se a Tathiana ganhasse, pois ninguém merece uma garota que só sabe gritar, eu torcia pela Natália ou pelo Marcos. Mas graças a Deus o programa acabou e agora teremos esse povo desaparecendo um por um da mídia como sempre ocorre, sempre ficarão uns resquícios, mas nada que possa incomodar (ou alguém se importa com Alemão aparecendo esporadicamente no Programa da Xuxa e no Esporte Espetacular?).<br /><br />Agora falemos do principal, Queridos Amigos, dia após dia acompanhei a minissérie, esperando BBB´s e jogos de futebol, achando sempre tudo muito mediano, e aguardando que fosse melhorar. Mas nada. Desde o primeiro dia eu achei que o texto era fraco, com citações bobas, clichês aos borbotões, estereótipos e ainda tinha uma edição que não ajudava muito. Os bons atores como Débora Bloch, Denise Fraga, Drica Moraes, Luiz Carlos Vasconcelos entre outros é que conseguiam dar uma pouco de dignidade a série, mesmo que de brinde tivéssemos chatos como o Dan Stulbach e inexpressivos como o garoto que interpretava David, o filho do Stulbach, no geral o elenco era muito bom, se tivessem escalado um elenco médio da Globo com certeza essa obra poderia ser colocado entre as piores que a emissora já produziu, apesar das boas intenções. Mesmo o livro em que se baseia sendo anterior o tempo todo via ecos do excelente filme canadense "Invasões Bárbaras", e na comparação essa série perde feio. A Globo tem que entender que não é só um cuidado primoroso com a escalação do elenco, cenários e vestuário que salvam uma série, sem um roteiro decente e uma direção segura tudo isso vai pelo ralo. Só fortaleceu minha disposição a não acompanhar minisséries que tomei desde a patética "Um só coração".<br /><br />Pra completar minha semana, hoje eu assisti "Desbravadores", sobre um garoto viking que é abandonado no novo mundo e acaba sendo criado pelos indígenas, vários anos depois ele tem que lutar contra novos invasores vikings para defender o povo que o criou. Tinha tudo para ser interessante, mas na mão do diretor do remake de "Massacre da Serra Elétrica" só tivemos um filme de aventura, sem história nenhuma, arrastado e que mostra os vikings como assassinos sem motivação que saem destruindo tudo que se move apenas pelo prazer de ver o sangue rolando. Não fossem as cenas de massacre que tenho que reconhecer que são muito violentas e não tem dó de crianças ou animais e eu poderia dizer que esse é o filme mais descartável de todos os tempos, com os devidos cortes fará sucesso na Sessão da Tarde daqui a alguns anos.<br /><br />Conclusão, tivesse ficado na internet ou saído com amigos eu teria ganho mais que na frente da TV.<br /> </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-17512010979840005762008-03-10T19:58:00.000-07:002008-03-10T20:27:13.493-07:00Xaveco e a sina dos coadjuvantes<div align="justify">Para quem lê as histórias da turma da Mônica deve saber de quem falo, todos já o viram nas historinhas, alguns o confundem às vezes com Humberto (outro coadjuvante que tem como referencia ser mudo), poucos se lembram de seu nome, nas histórias do Mauricio de Souza ele sempre está rodeando os personagens tentando ter seu momento de glória, mas como é apenas um desenho e nenhum roteirista se interessa por seu personagem esse dia nunca chega. Também por muito tempo ele foi um coadjuvante sem muita função, enquanto que outros personagens se propunham a dar uma panorâmica dos tipos de crianças que podemos encontrar na rua, Jeremias é o negro, Humberto, o mudo, Zé Luis, o adolescente. Já o Xaveco não tinha nada de especial, apenas aparecia para fazer número, ser mais um dos garotos que xingam a Mônica e leva coelhadas.<br /><br />Seu personagem nem costuma ter coerência, enquanto que numa história sobre times de futebol ele diz ser Vasco em outra história ele rouba tinta verde da Mônica para desenhar o emblema do Palmeiras, oras o Cascão sempre é Corinthians e isso não se discute mesmo com o time rebaixado, se o Mauricio largasse de mão personagens caça níqueis como Ronaldinho Gaúcho (antes era o Pelezinho) ele poderia se atentar mais para não ocorrer esse tipo de furo.<br /><br />Ah, sim. Outro dia li uma história onde se descobre que ele tem os pais divorciados, passa um fim de semana com cada um, sem traumas e tem uma irmã mais velha (que poderia ser da turma da Tina), mesmo assim foi em uma história do Dudu (meu personagem favorito da turma). Até os outros personagens fazem troça, o Cebolinha tem um sonho em que vira astronauta e um repórter vem entrevista-lo, esse repórter é o Xaveco e então o Cebolinha comenta, "Quem diria que um personagem coadjuvante um dia seria repórter". Será que um dia esses personagens que não fazem parte do quarteto (Mônica, Cascão, Cebolinha e Magali) terão seus dias de glória? Será que terão que fazer greve de fome como a Magali fez na época em que ainda não tinha uma revista? Só o tempo dirá.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-66154675433990116502008-03-04T17:07:00.000-08:002008-03-05T19:25:24.084-08:00Música Caipira<div align="justify">Como todo bom goiano eu deveria ser um admirador de música sertaneja, mas não sou, porém antes de me sentir um verdadeiro paria, um antipatriota ou qualquer coisa desse gênero eu tenho que dizer que respeito esse estilo de música principalmente a que chamamos música de raiz, e já passei da fase de chamar músicas de Zezé di Camargo & Luciano (eles são bregas e não mudo minha opinião mesmo que Bob Dylan ou Chico Buarque resolva gravá-los), Leonardo, Rick & Renner e cia. de música de corno, por mais que sejam chatas, grudentas e repetitivas. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Quanto a músicas caipiras eu talvez não chegue ao ponto de comprar um CD desse subgênero, mas de tanto meu pai ouvir comecei a ter simpatias por canções de alguns de seus interpretes preferidos, gente como Tonico & Tinoco, Liu & Leo, Cascatinha & Inhana, Sergio Reis... São músicas com histórias tristes, melancólicas, nostálgicas e que às vezes dão um nó na garganta. Falam da terra, de amores impossíveis, mortes, religiosidade, de assombrações, de um tempo que já passou. Algumas podem parecer piegas, mas eram colocados os sentimentos do homem simples do interior naquelas letras, é como diz a letra de "Tristeza do Jeca”... "Nessa viola eu canto e gemo de verdade, cada toada representa uma saudade"...Para quem está querendo entrar nesse universo fiz uma seleção das músicas mais caracteristicas:</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">1- India- Cascatinha & Inhana </div><div align="justify">Declaração de amor a uma índia</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">2- Sementinha- Liu & Leo</div><div align="justify">A triste história de um cara que perdeu a amada pouco antes do casamento e plantou uma roseira em seu tumulo</div><p align="justify">3- Menina da Aldeia- Lourenço & Lourival </p><p align="justify">Conta a história de uns marmanjos que tiravam sarro quando criança de uma garotinha feia e depois descobrem que ela se tornou uma moça muito linda</p><p align="justify">4- Menino da Porteira - Sergio Reis</p><p align="justify">Um boiadeiro viajante se encanta com um garoto que sempre lhe abria a porteira e pedia que tocasse o berrante, um dia ele retorna e o garoto não está mais lá, uma tragédia aconteceu.</p><div align="justify">5- Tristeza do Jeca - Tonico & Tinoco e muitos outros<br />Clássico que dispensa apresentações.<br /><br />6- Ipê e o Prisioneiro - Tião Carreiro e Pardinho<br />Um cara que vai pra prisão por um crime de honra e acompanha o crescimento de um ipê cobrindo a visão de sua janela<br /><br />7- Tudo de Renato Teixeira na voz de qualquer pessoa<br /><br />8 - Cuitelinho - Pena Branca e Xavantinho<br />Outro clássico<br /><br />9- Relógio Quebrado - Lourenço e Lourival<br />Um irmão bastante religioso promete provar ao irmão incrédulo a existência de mais mistérios entre o céu e a terra que imagina nossa vã filosofia (não com essas palavras, mas é esse o sentido).<br /><br />10 - Qualquer gravação de Luar do Sertão e Rancho Fundo.<br /><br /><br />Essa não é uma coletânea definitiva sobre o assunto, mas foram as músicas que foram vindo a minha cabeça enquanto eu escrevia, têm muitas outras que deveriam estar aí... Mas não quero enfadar ninguém. Espero que se divirtam com essas. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-25132669237520906912008-02-06T15:58:00.000-08:002008-02-06T17:07:56.449-08:00Auto ajuda por e-mail<div align="justify">Se eu for contar o número de correntes que apaguei sem dar continuidade, do tanto de gente que eu deixei de avisar que o orkut está apagando perfis, creio que já era para eu ter morrido e ficado sem nenhum contato no site de relacionamentos. Todos odeiam correntes, se todos odeiam, quem manda? Por qual motivo eu continuo recebendo até hoje a notícia de que escavadores russos acharam o portal do inferno, que a Nestlé está dando brindes para quem enviar mais e-mails e outras mensagens? Mistério.</div><div align="justify"><br />Porém eu nem me importo muito com correntes, o que me irrita mais são mensagens de auto ajuda com tom reacionário que muita gente envia sem nem parar para analisar o conteúdo.<br />Vejam essa que recebi por último. Em vermelho é o texto que recebi, em preto minhas considerações.</div><div align="justify"><br />O título é <span style="color:#ff6666;">"Quero voltar a ser feliz"</span><span style="color:#000000;">,</span> power point, e uma imagem de uma velhinha branca na janela com cara de triste (ou seria de rabugenta?).</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Fui criada com princípios morais comuns.</span><br />Quais seriam esses princípios, afinal ela parece ser de um tempo em que a sociedade era preconceituosa e excludente.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.<br /></span>Qual seria a aparência de um ladrão? Seria um negro com uma meia calça na cabeça e uma arma mixuruca? </div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.<br /></span>Deve ser mesmo muito difícil conseguir respeito com um cinto ou uma palmatória na mão. Sem falar que policiais tinham autonomia para soltar ou prender quem quisesse. E abusar o quanto quisesse de sua autoridade.<br /><br /><span style="color:#ff6666;">Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror. Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo que meus filhos um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos. Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.<br /></span>O primeiro crime da humanidade foi um irmão assassinando o outro e ela vem querer me convencer que isso só acontece hoje em dia.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz é abuso de autoridade. Regalias em presídios são matéria votada em reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadões honestos. Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.<br /></span>Na época dela deve que era bom, policial batia no preso e todo mundo achava justo, até porque nunca acontecia de prenderem alguém por engano, um inocente nunca ia preso, os investigadores eram os melhores e rico ia pra cadeia quando cometia crimes.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. O que aconteceu conosco?<br /></span>Que absurdo, isso está muito errado, bandido tem que usar roupa esfarrapada e ter cara de mau, como nos desenhos.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Crianças morrendo de fome de morte. Que valores são esses?<br /></span>Como isso é moderno, realmente antigamente as pessoas não morriam de fome e não eram assaltadas nunca.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#cccccc;"><span style="color:#ff6666;">Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas. TV, DVD, vídeo-game, o que vai querer em troca desse abraço, meu filho?Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais vale dois vinténs do que um gosto.</span><br /></span>Não entendi esse finalzinho, mas vejamos, se na época dela um carro era mais barato que um abraço então realmente eu quero voltar no tempo, depois, em outras épocas as posses das pessoas contavam até mais do que hoje, pessoas não votavam se não tivessem dinheiro e existiam leis que garantiam que fidalgos não fossem presos.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Que lares são esses?Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga. O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela, uma flor. Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?<br /></span>De novo não entendi muito bem, mas acho que essa é a parte poética do texto.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo?Quando foi que me fechei?Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem, a liberdade com segurança. Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores. Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão. Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a esperança, a alegria.<br /></span>Só faltou pedir um general como presidente. Quero que os pobres voltem a viver nos guetos e eu aqui protegida de tudo e todos. Quero que o jornal só noticie aquilo que for do interesse da elite. Quero trabalhadores mal pagos sustentando meu luxo.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil não quero listas de animais em extinção. Não quero clone de gente, quero cópia das letras de músicas, cultura e ciência. Eu quero voltar a ser feliz! Quero dizer basta a esta inversão de valores e ideais. Quero calar a boca de quem diz: “ a nível de”, enquanto pessoa.Abaixo o “TER”, viva o “SER”!<br /></span>Parece promessa de miss... Primeiro tudo que eu quero, se sobrar tempo pode ter teto, comida e saúde para todos, ela se esqueceu de falar dos índios em extinção que eram mortos sem dó nem piedade nas épocas em que ela tanto admira, dos escravos açoitados pouco ante dela nascer (ah, esqueci, isso não é importante, as famílias eram unidas e isso que importa)</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff6666;">E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu. Adoro o meu mundo simples e comum.Vamos voltar a ser “gente”? Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito... Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Não... se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas...hein?Quem sabe?...<br /></span>Só faltou dizer que quem não contaminar 100 pessoas irá sofrer de pedras nos rins e outros males. Eu quero um mundo mais justo, como ela, a diferença é que minha visão de mundo mais justo passa ao largo desse emaranhado de pensamentos fascistas e maniqueístas. Não é voltando ao passado (onde coisas piores que as de hoje aconteciam, só que tudo era acobertado) que resolveremos o presente. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-54176117814003285122008-02-02T13:09:00.000-08:002008-02-02T15:06:28.599-08:00Mais Rápido Gata! Mate, Mate<div align="justify">Carros turbinados, garotas com seios idem, atores canastroes, diálogos divertidos e afiados, tudo isso compõe um dos filmes mais legais que vi nos últimos dias, seu nome Faster Pussycat! Kill, Kill... O diretos Russ Meyer(ex- fotografo da Playboy) que ficou famoso levar as telas de cinema historias com garotas sexy deu ao mundo na década de 60 essa pérola que eu assisti hoje e que não decepciona nem uma pessoa acostumada com os filmes video-clip de hoje em dia, um filme que influenciou pessoas do porte de Quentin Tarantino. Seria algo como "As Panteras" com garotas más, enquanto os homens são apenas coadjuvantes, fracos ou pouco inteligentes.<br /><br />A história é bem simples, três strippers rodam pelo deserto apostando racha e acabam encontrando um casal meio abobalhado. Elas apostam uma corrida com o cara e uma delas acaba o matando, depois disso elas sequestram a garota que o acompanhava para que ela não cause problemas e acabam indo parar em um rancho onde um velho maluco vive com seus dois filhos, um musculoso porém com poucos neuronios e o outro mais sensato e pelo que deu para entender razoavelmente culto. As situações são risiveis e alguns dialogos inacreditaveis e tudo isso torna um filme uma experiencia super agradável, tanto que mal dá para ver o tempo passar, quando se vê o filme já está acabando e deixando um gosto de quero mais.<br /><br />Sobre as pussycats, Varla(a atriz lembra a Maila Nurmi) a líder das strippers é uma mulher ambiciosa e cruel que não se importa em matar para conseguir seus obejtivos. Rosie(a atriz lembra a Eva Mendes) é super fiel a Varla e nutre uma certa paixão pela companheira. Billie é mais romantica e parece acompanhar as outras duas apenas por falta de opção. Tarantino anunciou o intersesse em fazer uma nova versão desse filme com Britney Spears, espero que a idéia vá adiante, talvez assim esse pequeno "clássico" aporte em dvd nacional.</div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3544490225675564049.post-45520521809550088362007-11-30T18:07:00.001-08:002008-02-06T17:10:28.323-08:00Masoquismo Televisivo<div align="justify">Tem alguns programas que são tão ruins, mas tão ruins que não consigo conter a vontade de ver pelo menos de vez em quando, e por alguns eu passo a nutrir até certa simpatia, o SBT é próspero nesse tipo de coisa, começando por suas novelas mexicanas (histórias bobas, dublagens toscas e cenários de papelão existe algo melhor que isso?), Casos de Família (alguém consegue acreditar no tom sério que aquela Cristina Volpato tenta imprimir em seu programa?), Fantasia (clássico que dispensa apresentações) e o meu, agora, companheiro das manhãs Bom dia & Cia. Para quem não se lembra esse programa já foi apresentado pela Eliana, pela Jaqueline "tatibitate" Petchcovich e a dupla de robôs Jéssica & Cauê, nenhum desses nunca me despertaram interesse em acompanhar, só via de vez em quando para poder ver Meninas Superpoderosas e Coragem, o Cão Covarde, entre outros desenhos. Sempre achando algo mais interessante para fazer quando apareciam as figurinhas supra citadas.<br /><br />Pois bem, hoje em dia o programa é apresentado por uma nova dupla mirim cujos nomes nunca me interessei em saber e que cumprem mais a função de fazer jogos infantis com crianças ao telefone (bons tempos em que crianças mandavam o Bozo tomar naquele lugar quando tinham a oportunidade de falar ao vivo), quando a criança ganha, eles rodam uma roleta que contém prêmios variados, hoje em dia tem uma roleta para meninos e outra pra meninas, antigamente alguns garotos ganhavam Barbie e garotas tinham a sorte de ganhar Hot Wheels, algum diretor com um pouco mais de neurônio chegou a óbvia conclusão que deveriam ter duas roletas.<br /><br />O fato é que o novo apresentador tem mais jeito de menino e menino travesso enquanto que o Cauê tinha um ar meio afeminado e a garotinha apesar de ter uma voz meio chatinha também se sai melhor que Jéssica que tentava parecer uma versão mais nova de outras apresentadoras infantis, só o fato de não fazerem números musicais já ajuda bastante pros dois pirralhos. Os momentos impagáveis são as brincadeiras inacreditáveis tipo ver as horas no relógio ou descobrir a cor da toca que o coelho vai entrar e quando a criança ganha e dizem preferir ganhar playstation na roleta, os dois manezinhos ficam gritando playstation, palystation... Dá pra rir de vez em quando, só não abusar da dose.<br /><br />Filmes que vi hoje:<br />Vamos Nessa (Go, 1999)- eu curto filmes que se passam no natal, porém a maioria não consegue dar o tom melancólico que curto e vão pra rumo do sentimentalismo boboca, Vamos nessa não é o caso, o natal é apenas um detalhe em um filme bem anos 90, ritmo alucinante, ponto de vista de vários personagens , diálogos moderninhos e ágeis, sexo, drogas musica eletrônica e violência.<br /><br />Nota 3,5<br />Uma Rua chamado Pecado (A Streetcare Named Desire, 1951) Vivan Leigh anos depois de "... E o Vento Levou" e Marlon Brando anos antes de "O Poderoso Chefão" se saem muito bem nesse clássico do cinema, porém o filme parece teatro filmado e isso cansa as vezes, mas comprei o DVD desse filme por já ter ouvindo tantas referencias a frase final da protagonista tanto em "Os Simpsons" quanto em "Punky", hehe. O Filme é forte e prende a atenção, só que como já disse não consegue esconder a sua origem, tem quem goste, eu não me agrado muito com isso. Nota 3,5.<br /><br />Pelts-Sexto Episódio da segunda temporada de Mestres do Horror, Argento finalmente mostra que o nome da série é pra ser levado a sério e dirige o melhor episódio dessa temporada, com gore a vontade e uma trilha fantástica. </div>Sidneihttp://www.blogger.com/profile/09645338460643844506noreply@blogger.com0